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BANCO CENTRAL DIZ QUE NÃO ‘HESITARÁ’ EM ELEVAR SELIC

Victoria Isabel - 06/08/2024 11:00

A recente alta do dólar passou a ser considerada um risco pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e agora é vista como um novo fator que pode dificultar a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 10,50% ao ano.

Esta preocupação foi destacada na ata da última reunião do Copom, realizada entre os dias 30 e 31 de julho, e divulgada nesta terça-feira (6/8). No documento, o BC afirma que a alta da moeda americana representa um desafio conjuntural significativo para a política monetária do país e que  “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”.

Segundo a texto, a taxa de câmbio foi um dos temas “amplamente debatidos” no encontro. A ata diz que os “fluxos de capital refletem um fenômeno global de aversão ao risco, que, a depender dos fundamentos de cada economia emergente, pressiona a taxa de câmbio com intensidade variável”.

Na ata, os integrantes do Copom também citam o avanço das expectativas da inflação como um problema para a queda da Selic. Afirma a ata: “Os movimentos recentes de alguns dos condicionantes para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, foram amplamente debatidos”. A seguir, acrescenta: “Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes”.

O Comitê do BC também mencionou a questão dos gastos públicos no documento. Ele afirma ter acentuado a “visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

Além disso, observa o Comitê, “notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”.

O Copom também reforçou na ata a preocupação com o mercado de trabalho e a atividade econômica, que “seguem com maior dinamismo do que o esperado”. “Com relação ao mercado de trabalho”, diz o texto, “ressaltou-se que o nível de ocupação, a taxa de desocupação e a renda vêm sistematicamente surpreendendo”.

(Metrópoles)
Foto: (iStock).

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