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ARMANDO AVENA – O PIB CRESCE COM ALTA NO CONSUMO E NO INVESTIMENTO 

Redação - 06/06/2024 08:57 - Atualizado 06/06/2024

O IBGE divulgou os dados do PIB brasileiro no 1º trimestre do ano e é preciso dizer: a economia brasileira vai bem. O único senão é a questão fiscal, mas como esta coluna alertou, esse é um problema de médio e longo prazo e que pode ser reajustado gradualmente. No mais, o que sobressai é o PIB que cresceu 2,5% no primeiro trimestre de 2024, ante o mesmo período do ano passado. E cresceu também 0,8% em relação ao trimestre anterior, o que significa que a dinâmica de curto e longo prazo é positiva.

O resultado veio acima da previsão de 73 consultorias e bancos que esperavam expansão menor. Mas este economista já havia alertado que os fundamentos da economia – Juros em queda, desemprego em queda, inflação controlada e crédito disponível – apontam para um crescimento, em torno de 2,5% a 3% em 2024. E o indicador que dá apoio à previsão é o crescimento dos investimentos. A formação bruta de capital fixo (FBCF) cresceu 4,1% no 1º trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior, o que garante o crescimento nos próximos trimestre e indica que os empresários se queixam muito do governo, mas estão investindo forte. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, os investimentos cresceram 2,7% e as importações cresceram por causa da compra de máquinas e equipamentos para aumentar a produção.

Sob o ponto de vista da demanda, quem puxou o crescimento do PIB foi o consumo das famílias, que aumentou 1,5% em relação ao último trimestre de 2023, ou seja, o Natal e as festas de fim-de ano passaram, mas as famílias seguem consumindo. O setor de serviços registrou expansão de 1,4% no 1º trimestre de 2024, ante o trimestre anterior. Em comparação com o mesmo trimestre em 2023, o crescimento foi de 3%. E o comércio se expandiu em 3%, mesmo comparando com o trimestre de Natal. A razão é que a renda disponível está crescendo, com o incremento no emprego e os programas de distribuição de renda, além do salário-mínimo subindo mais que a inflação e da queda dos juros que tornou o crédito mais acessível.

Para completar, a agropecuária voltou a bombar com um incremento de 11,3% em relação ao trimestre anterior, embora tenha caído frente ao mesmo trimestre do ano passado, que foi recorde. Apenas a indústria permaneceu no mesmo patamar em relação ao trimestre anterior, mas avançou 2,8% comparado com 2023.

 O PIB, os serviços e o consumo das famílias estão no maior patamar já registrado no país. E os investimentos estão crescendo. As agências internacionais de risco estão elevando a nota do Brasil e, se não houver crise interna ou externa, nem novos aumentos de impostos, e o Banco Central continuar reduzindo os juros, o Brasil, que cresceu 3% ano passado e pode crescer mais 3% este ano, pode estar no começo de círculo virtuoso de crescimento econômico.

                          E O RIO GRANDE DO SUL

Diferente do que se apregoa, a tragédia do Rio Grande do Sul não vai ter grande impacto econômico. Primeiro porque o estado gaúcho representa apenas 6% do PIB brasileiro e, apesar da enchente, mais de 85% da safra está preservada. Depois, porque em economia tragédia tem dois momentos: no primeiro desestrutura a economia e gera recessão, mas no segundo momento, o da reconstrução, a economia cresce de forma acelerada, estimulada pelos bilhões injetados pelos governos federal e estadual e pela necessidade de sobrevivência das pessoas. São clássicos os casos de economias que sofreram grandes traumas e se recuperaram de forma surpreendente. Vamos esperar que seja assim entre os gaúchos.

                      SALVADOR: CIDADE INDUSTRIAL

Estão surgindo novos empreendimentos industriais e logísticos em Salvador. Significa que o Prefeito Bruno Reis ouviu este colunista, que alertou para a necessidade de mudar a política municipal.  Esta coluna mostrou com exclusividade que Salvador foi até 2013 a maior cidade industrial da Bahia e a 15ª maior do país. E que por uma série de erros tributários e de planejamento caiu várias posições. Então, a Prefeitura de Salvador remodelou completamente sua política tributária e de atração de empresas e começou a incentivar e estimular a atividade industrial. Pois bem, Salvador está voltando a atrair indústrias, não poluentes é claro, e pode voltar a ser um polo logístico-industrial.

Publicado no jornal A Tarde em 06/06/2024

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