Turismo é sinônimo de futuro. E a Bahia tem lugar nesse futuro, especialmente se potencializar suas vantagens comparativas. Neste momento, há boas notícias no setor. Após ter recuperado o patamar pré-pandemia, o volume dos serviços ligados ao turismo registrou um crescimento de 7,3% no 1º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023. É o maior crescimento entre os estados brasileiros, cujo incremento médio foi de apenas 0,4%, segundo o IBGE.
E há fatores indicando a possibilidade de a Bahia dar um salto na atividade turística e aqui vale destacar que nosso estado tem vários destinos turísticos e dois deles, Salvador e Porto Seguro, já são pólos de importância nacional.
No caso do destino Salvador, além daquilo que lhe faz único – patrimônio, história, cultura, mar e eventos – a cidade está bem cuidada, tem um aeroporto bem administrado, um centro de convenções de qualidade e um calendário turístico e de eventos atrativo. E está ampliando suas rotas aéreas.
Em relação às rotas internacionais, a TAP e a Air Europa estão ampliando suas frequências saindo de Salvador e tendo como destino Lisboa, Madri e outras cidades da Europa. A Aerolíneas Argentinas, em parceria com a Gol, tem na ligação Salvador/Buenos Aires a 2ª rota internacional mais movimentada do Estado e existem outras rotas tendo como destino Santiago, Montevideo, Varsóvia e outras que ampliam nossas ligações com o mundo. E nesta quarta-feira a Air France e o governo do Estado anunciaram uma nova rota: Salvador/Paris.
A Bahia lidera a movimentação de passageiros em voos internacionais nos aeroportos do Nordeste, representando 35% do total. E a movimentação de passageiros internacionais no 1º trimestre de 2024 registrou um aumento de 37% em relação a igual período do ano anterior, segundo a Anac. A rota Salvador/Lisboa responde por 38% da movimentação, seguida de Salvador/Buenos Aires com 30% e Salvador/Madri com 15%. Todos esses destinos têm potencial para elevar a movimentação, especialmente a Argentina.
Em relação à Porto Seguro, é impressionante seu potencial turístico e a infraestrutura disponível, com um número de leitos que é o dobro do de Salvador. Mesmo sem ter um aeroporto que estimule a vinda de turistas, mais de 2 milhões de pessoas enfrentaram as precárias condições aeroportuárias em 2023 e a cidade, seja por terra ou pelo ar, já é, sem contestação, a praia e o local de férias de mineiros e paulistas.
Há limitações, é verdade. Uma delas é a construção do novo aeroporto internacional de Porto Seguro. Felizmente, a Secretaria de Infraestrutura informa que o leilão do novo aeroporto internacional em Santa Cruz de Cabrália, um investimento de R$1,5 bilhão, está previsto para outubro, quando serão atendidas as determinações do TCE, que questionou alguns pontos do projeto. Outra limitação é a rede hoteleira de Salvador, que perdeu seus grandes hotéis o que hoje constitui uma limitação para a ampliação do turismo de congressos e de grandes shows. Um congresso de porte pode mobilizar mais de 5 mil pessoas e Salvador tem menos de 2500 apartamentos com 3 estrelas e mais na sua rede hoteleira. Essas são duas limitações importantes, mas há outras. Profissionalizar a promoção turística do destino Bahia é uma delas, e isso não se faz com stands e distribuição de fitinhas do senhor do Bonfim no exterior. É preciso recursos, foco e integração entre Prefeitura e governo do Estado. O fato é que as limitações existem, mas são contornáveis. A Bahia tem futuro quando o assunto é turismo, afinal é o destino brasileiro com mais “recall” entre os que querem viajar no país.
A PETROBRAS E A BAHIA
A economia baiana é fortemente vinculada à Petrobras e os gestores públicos precisam acompanhar as mudanças na empresa. Vários projetos de interesse da Bahia estão na mesa de negociação da estatal. Existe, por exemplo, a possibilidade de um acordo com a Acelen, envolvendo a Refinaria de Mataripe e um projeto de biorefinaria, com a possibilidade da Petrobrás voltar a operar a refinaria e participar com a Acelen do novo projeto que terá investimentos de R$ 12 bi. Ao mesmo tempo, a Petrobras é sócia da Braskem e está na hora de concretizar a venda da petroquímica, seja com um sócio privado ou com a própria estatal. E isso sem contar os campos maduros que são importantíssimos para o Estado.
Publicado no jornal A Tarde em 16/05/2024