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A DISPUTA PELA PREFEITURA DE ILHÉUS PÕE EM XEQUE A ALIANÇA PT/PSD E PODE TER DESDOBRAMENTOS EM 2026

Redação - 13/05/2024 08:55 - Atualizado 13/05/2024

A disputa pela Prefeitura de Ilhéus está se desenhando de forma a colocar em xeque a aliança PSD/PT, aliança que vem garantindo a hegemonia política do Partido dos Trabalhadores na Bahia.

O prefeito Mário Alexandre, o popular Marão, do PSD e apoiado pelo senador Otto Alencar, não aceitou compor com o PT e indicou o secretário Bento Lima como candidato do partido à Prefeitura de Ilhéus.

 Já o PT e demais partidos aliados do governador Jerônimo Rodrigues lançaram a ex-secretária estadual de Educação, Adélia Pinheiro (PT). Tanto o PSD quanto o PT apostavam que à medida que as pré-candidaturas fossem se consolidando haveria uma composição. Ocorre que muito antes disso, a disputa começou a pegar fogo e, ao que parece, dificilmente haverá espaço para composições.

Isso ficou claro quando o  deputado e líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Rosemberg Pinto (PT), articulador da candidatura de Adélia, começou a colocar em dúvida a potencialidade eleitoral de Bento Lima, a destacar a má avaliação do Prefeito Mário Alexandre e fornecer números de uma pesquisa em rádio local.

Imediatamente, o  diretório do PSD de Ilhéus entrou com uma representação na Justiça Eleitoral contra  Rosemberg Pinto (PT) alegando que a pesquisa eleitoral citada  não teria sido registrada, o que é proibido pela legislação. O PSD está solicitando que o deputado seja multado em até 100 mil reais.

A disputa judicial aumentou a tensão entre as pré-candidaturas do PT e do PSD, tornando mais difícil uma possível aliança na base do governo. E, de acordo com os responsáveis pela pré-campanha de Bento Lima, Otto Alencar estaria apoiando integralmente sua pré-candidatura. O senador desde o início queria uma aliança do candidato do prefeito  com Adélia Pinheiro na vice, mas isso agora parece fora do radar.

Dificilmente, o PSD de Otto Alencar cederá a cabeça de chapa para o PT, até porque nas eleições de 2024 haverá uma disputa ferrenha, para ver quem faz mais prefeitos, com outro partido da base, o Avante de Ronaldo Carletto.

Para completar, Rosemberg Pinto,  um dos principais articuladores da pré-candidatura de  Adélia Pinheiro,  anda falando pelos cotovelos, inclusive questionando a administração de Marão, dando a impressão de que não está muito interessado em uma composição.

O governador Jerônimo Rodrigues se mantém distância até porque a estratégia para a montagem da chapa em que vai disputar a reeleição em 2026 é ter uma indicação de Otto Alencar para vice-governador, com o Avante de Carletto indicando  o ministro Rui Costa para ser candidato a senador pela sigla. Jaques Wagner fecharia a chapa.

 Ou seja, a eleição para prefeito de Ilhéus carrega elementos que vão ajudar ou atrapalhar a composição da chapa da aliança do PT que concorrerá às eleições para governador em 2026.

E ainda há mais elementos na disputa ilheense, pois o vice-prefeito Bebeto Galvão tampouco parece disposto a compor, afinal, na semana passada, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reafirmou que seu nome está definido para disputar as eleições de 2026. Para completar, Jabes Ribeiro, ex-prefeito de Ilhéus e atual secretário do PP na Bahia, lançou, também na semana passada, sua pré-candidatura à prefeitura da cidade.

O fato é que o cenário político nas eleições para a prefeitura de Ilhéus é desafiador e, como em outros municípios estratégicos,  pode ter desdobramentos nas eleições para governador em 2026. (EP – 13/05/2024)

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