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TAXA DE JUROS NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS DEVEM MANTER BOLSA BRASILEIRA LATERALIZADA, DIZ ESPECIALISTA

João Paulo - 06/05/2024 13:12 - Atualizado 06/05/2024

O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, decidiu pela manutenção dos juros básicos da economia do país em seu atual patamar. A decisão foi unânime entre os membros do comitê. A taxa oscila dentro de uma banda entre 5,25% e 5,50% ao ano desde julho do ano passado. No Brasil o Banco Central se reúne essa semana para decidir sobre a taxa e a expectativa é de um pequeno corte.

Em contato ao portal Bahia Econômica, Iuri Rocha, assessor de investimentos e sócio da ProInvestors, um escritório credenciado a XP, explicou que a Bolsa Brasileira deve se manter lateralizada até que os juros no Brasil e nos Estados Unidos caiam para patamares mais atrativos.

“Acumulando mais de 3% de queda em 2024, o IBOVESPA se mantém lateralizado. E é assim que eu o vejo permanecer, ao menos até as taxas de juros se encontrarem em patamares menores, assim podendo mitigar dificuldades que encontramos com taxas elevadas. E ao obtermos ciência de alguns fatores governamentais que gerem maior confiabilidade para o mercado, aliviaremos outro fator de risco: o fiscal. Isso reflete em liberdade para uma economia mais forte e mais rotativa, fomentando o desenvolvimento de novos negócios, permitindo maior fluxo de caixa nas grandes corporações, gerando mais emprego, tornando as empresas mais seguras, viáveis e, por fim, mais atrativas para o investimento”, disse.

Segundo o especialista, as decisões da bolsa brasileira estarão pautadas nas decisões sobre os juros Norte Americanos, além de outros fatores. “Apesar de estarmos vivenciando um ano de queda na Selic, o Brasil continua a ser um dos países com maior taxa de jurosreal (juros nominal – inflação) do mundo. Tivemos também a manutenção da taxa nos EUA, que ficou em 5,25% – 5,50%. Com previsão de cortes iniciais alongada para o fim do ano. Sendo o maior nível das taxas desde 2001. Isto causou uma grande preocupação ao redor do globo e um impacto, ainda mais forte, nas economias emergentes”, disse.

Iuri também explica que a fuga de capital tem assustado os países emergentes. “A fuga do capital estrangeiro dos países emergentes. Neste ano, já contabilizamos mais de R$ 40 bi de saída de capital estrangeiro da nossa bolsa. Isso é compreendido pelos fatores de risco político (em especial nas estatais), instabilidades nas contas públicas, problemas relacionados a diminuição da meta fiscal, desvalorização do real, ou seja, uma aceleração na perda do poder aquisitivo e um pessimismo ainda maior na avaliação Risco x Retorno para bolsa brasileira. Findando assim em um patamar de menor atratividade para Bolsa de Valores, que sofreu com o cenário exposto”, disse.

Foto: Imagem de Pexels por Pixabay

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