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SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO E EXAMES GENÉTICOS PODEM AJUDAR NA PREVENÇÃO DE CÂNCER DE OVÁRIO HEREDITÁRIO

João Paulo - 06/05/2024 13:26

Os exames genéticos ou germinativos podem auxiliar na prevenção de tumores, como o de mama e o de ovário, assim como também são  fundamentais para individualizar os tratamentos e torná-los mais precisos. Maio é o mês mundial de conscientização do câncer de ovário, considerado o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o mais letal. Silencioso, esse tipo de câncer, geralmente, é diagnosticado tardiamente, quando ele já se disseminou para outros órgãos, o que pode diminuir a chance de cura da paciente. A neoplasia tem uma taxa de mortalidade de cerca de 70% e, em 2024, o Brasil deve registrar 7.310 novos casos da doença, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na Bahia, são esperados 460 novos casos.

Mulheres com história familiar de câncer de ovário em parente de primeiro grau apresentam risco elevado para o desenvolvimento da doença. “O fator hereditário pode ter uma responsabilidade considerável nos casos de câncer de ovário”, explica a oncologista Renata Velame, especialista em oncogenética da Oncoclínicas na Bahia. Mutações patogênicas nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam expressivamente o risco de mulheres desenvolverem o câncer de ovário ao longo da vida, estimado em cerca de 48,3% para BRCA1 e 20% para BRCA2. Esses genes produzem proteínas que ajudam na reparação do DNA e podem atuar como supressoras de tumores.

Em Salvador, a Oncoclínicas conta com um serviço de aconselhamento genético, que tem como objetivo avaliar o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama e ovário hereditários por meio de uma criteriosa análise da história clínica pessoal e familiar da paciente. “O aconselhamento genético é indicado para todas as pacientes com diagnóstico de câncer de ovário, todos os homens com câncer de mama, mulheres que tiveram diagnóstico de câncer de mama em idade precoce ou tipo triplo negativo ou pessoas que possuem importante história familiar de câncer”, explica Renata Velame.

É possível realizar essa investigação através de exames feitos com amostras de sangue ou saliva. Esse material é enviado para o OCPM, laboratório de medicina de precisão da Oncoclínicas em São Paulo, um dos mais avançados do país. O exame consiste no sequenciamento de um painel de genes específicos, entre eles os genes BRCA1 e BRCA2. Após a identificação de uma mutação patogênica associada a maior risco de desenvolvimento de câncer ao longo da vida, é indicado que familiares de primeiro grau também realizem o teste (mãe, pai, irmãos e/ou filhos) para que medidas de prevenção para estes também possam ser discutidas.

“O diagnóstico de mutações genéticas patogênicas associadas a câncer ajuda a definir medidas mais assertivas para rastreamento e prevenção da doença, assim como terapias mais eficazes nos casos de diagnóstico de um câncer”, afirma Renata Velame. “Ter uma mutação em genes específicos não determina que a pessoa vai ter câncer, mas é um indicativo de uma maior predisposição, que sinaliza que aquela paciente requer um cuidado maior também, desse modo é possível modificar o risco de câncer ou aumentar as suas chances de cura. A informação é uma arma importante para a prevenção”, finaliza.

Além do fator genético hereditário, outras condições como a idade acima de 50 anos, nuliparidade (condição de uma mulher que nunca teve filhos), mulheres que nunca amamentaram, menarca precoce, menopausa tardia e obesidade são associados ao aumento de risco para desenvolvimento de câncer de ovário.

Foto: Divulgação

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