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ESCOLA PRIVADA DE SALVADOR ADOTA LIVRO ANTI-RACISTA E VIRA ALVO DE CRÍTICAS; ENTENDA

Matheus Souza - 02/05/2024 16:00 - Atualizado 02/05/2024

Uma mulher criticou o Colégio Antônio Vieira, unidade de ensino católica de Salvador, nas redes sociais, por adotar o livro “Pequeno Manual Antirracista” nas aulas de religião. O caso repercutiu na internet na quarta-feira (1º) e foi comentado pela autora da obra, a filósofa Djamila Ribeiro.

Não foi confirmado se a mulher, que se identifica nas redes sociais como apresentadora de uma rádio, é mãe de algum aluno da instituição. A indignação dela está relacionada a religião de Djamila, que é candomblecista. Essa não é a primeira vez que o colégio é criticado por adotar obras de autores negros e de religiões não católicas.

Na postagem, a mulher afirmou que a adoção do livro pelo Colégio Antônio Vieira configura “imposição ideológica” “doutrinação escancarada”. Ela ainda afirmou que o colégio usar o nome do Padre Antônio Vieira é um “desrespeito a sua memória”.

O “Pequeno Manual Antirracista” foi lançado em 2019 e venceu o prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira, no ano seguinte. Desde então, a obra tem sido adotada por diversas escolas, públicas e particulares, para a educação antirracista.

Através das redes sociais, Djamila Ribeiro respondeu as críticas feitas pela mulher. Segundo ela, o ataque vai contra a constituição brasileira, que garante o direito à liberdade religiosa.

“A mãe em questão precisa estudar sobre o contexto social e racial do país, sobretudo vivendo em Salvador, capital do estado com maior população negra no Brasil”, escreveu Djamila.

Em nota, o Colégio Antônio Vieira afirmou que as questões antirracistas são trabalhas junto com o projeto político pedagógico da escola, seguindo os fundamentos da Companhia de Jesus e também as diretrizes da Igreja Católica.

“Para nós a educação para as relação étnicos raciais é um imperativo de reconciliação com a justiça”, afirmou.
A escola ainda destacou a existência de comitês para educação étnico racial e de gênero no colégio.

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