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EM 2023, NA BAHIA, PROPORÇÃO DE JOVENS DE 18 A 24 ANOS QUE ESTUDAVAM CAI PELO 3º ANO SEGUIDO, DIZ IGE

João Paulo - 22/03/2024 12:59 - Atualizado 22/03/2024

Em 2023, na Bahia, a proporção de pessoas que frequentavam creche, escola ou universidade, independentemente da idade (taxa de escolarização), seguiu em queda frente ao ano anterior, passando de 27,9% para 27,5%. O indicador mostra leves recuos anualmente, desde o início da série histórica da PNADC, em 2016, chegando, assim, ao seu menor nível, no estado. Entretanto, a queda da taxa baiana, entre 2022 e 2023, foi concentrada na faixa etária entre 18 e 24 anos, que, a princípio, deveria se estar acessando o Ensino Superior. Entre as pessoas dessa idade, a proporção das que estudavam caiu pela terceira vez consecutiva, passando de 30,4% para 29,9%, o que representou menos 34 mil estudantes, de um ano para o outro.

Com isso, a proporção de jovens estudando na Bahia, em 2023, chegou ao seu patamar mais baixo (29,9%) e ao menor número absoluto (455 mil) desde o início da série histórica da PNADC para esse indicador, em 2016. Já nas demais faixas etárias houve aumento na taxa de escolarização no estado, entre 2022 e 2023. O mais intenso ocorreu entre as crianças de 0 a 3 anos, na qual a frequência à creche ou pré-escola passou de 30,6% para 34,7%, o que significou um aumento de 15 mil pessoas no período.

No Brasil como um todo, a taxa de escolarização também variou negativamente entre 2022 (27,2%) e 2023 (27,1%), mas numa intensidade menor do que na Bahia. Houve recuos em 15 das 27 unidades da Federação, e a redução baiana foi a 9ª maior. No ano passado, no país, frequentavam a escola 38,7% das crianças de 0 a 3 anos; 92,9% na faixa de 4 a 5 anos; 99,4% das pessoas de 6 a 14 anos; 91,9% dos adolescentes de 15 a 17 anos; 30,5% dos jovens de 18 a 24 anos e 5,0% dos adultos de 25 anos ou mais.

Com o objetivo de estabelecer metas, estratégias e diretrizes para a política educacional brasileira e promover avanços educacionais no país, foi instituído em 2014 o Plano Nacional de Educação (PNE), pela lei no 13.005. Ele estabelece como metas que no mínimo 50% das crianças de 0 a 3 anos frequentem creche até 2024 e que, desde 2016, deveria ter sido atingida a universalização do ensino para as pessoas nas faixas de 4 a 5; 6 a 14; e 15 a 17 anos de idade.

Entre 2022 e 2023, na Bahia, apesar da queda na taxa de escolarização de jovens entre 18 e 24 anos, houve aumento na proporção de pessoas dessa faixa etária cursando o Ensino Superior, que passou de 15,0% para 17,1%. Ainda assim, este seguiu como o menor percentual do país. A taxa de frequência escolar líquida é a proporção de pessoas estudando em um nível adequado à sua idade e um indicativo de atraso escolar. Entre 18 e 24 anos, em tese, a pessoa deveria estar cursando o Ensino Superior. Porém, pelo segundo ano consecutivo, a Bahia teve o pior índice de ajuste em relação a essa faixa etária.

Se 29,9% dos jovens baianos de 18 a 24 anos estudavam, pouco mais da metade desses (17,1% do total) estavam no Ensino Superior (cerca de 260 mil pessoas), o que significa dizer que 42,8% dos jovens de 18 a 24 anos que estudavam estavam atrasados, isto é em etapas anteriores do ciclo escolar (cerca de 195 mil pessoas). A meta 12 do PNE estabelece que a taxa de frequência escolar líquida no Ensino Superior, para pessoas de 18 a 24 anos, seja de 33,0% até 2024. No Brasil como um todo, ela está em 25,9%, sendo mais elevada no Distrito Federal (44,3%), em Mato Grosso do Sul (33,7%) e São Paulo (31,4%).

Entre as mulheres nessa idade, 22,3% estão na universidade, frente a apenas 11,8% dos homens. Já entre as pessoas de 18 a 24 anos que se declaram brancas (independentemente do sexo de nascimento), a proporção de estudantes universitários é 23,5%, frente a 15,9% entre quem se declara preto ou pardo. Um dos reflexos do atraso e eventual abandono escolar precoce na Bahia se percebe no nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais de idade (até que etapa do ensino formal a pessoa cursou). Em 2023, a proporção de adultos com Ensino Superior completo se manteve estável no estado, em 11,9%, e foi superada pela do Maranhão (que subiu de 11,4% para 12,2%), tornando-se a menor do país.

No Brasil como um todo, 19,7% das pessoas de 25 anos ou mais de idade haviam concluído uma universidade, percentagem que chegava a 39,7% no Distrito Federal, 25,2% no Rio de Janeiro e 24,9% em São Paulo. Na Bahia, em 2023, a proporção de pessoas com Ensino Superior também seguiu maior entre as mulheres (13,9%) do que entre os homens (9,7%) e entre as pessoas de cor branca (18,9%) do que entre as de cor preta ou parda (10,3%).

Foto: Imagem de ElasticComputeFarm por Pixabay

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