O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), também conhecido como Banco dos Brics, deu o primeiro passo para realizar um desejo antigo de seus membros: encerrar operações financeiras sem utilizar o dólar.
A informação de que a instituição ligada a países emergentes criará um sistema de pagamento baseado em blockchain e tecnologias digitais foi divulgada pelo assessor do Kremlin, Yury Ushakov, à agência de notícias russa Tass e confirmada por fontes no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já demonstrou várias vezes sua determinação em tirar o peso da moeda americana nas transações internacionais, tendo iniciado uma parceria de desdolarização com a Argentina durante o governo de Alberto Fernandez, que deixou o comando do país vizinho no ano passado.
Além do Brasil, a composição original do Brics inclui a Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo está em um processo de ampliação para incluir Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Segundo pessoas no Brasil a par do caso, apesar da vontade ser antiga, ganhou mais força recentemente com a possibilidade de Donald Trump retornar a presidência nos Estados Unidos. Ele é considerado como um político com viés protecionista e tende a estimular o antagonismo com dois dos membros dos Brics: a Rússia e a China. No caso do gigante asiático, a disputa é mais pelo crescimento econômico. Mesmo com a surpresa com a proximidade do americano com Vladimir Putin no mandato anterior, a Rússia voltou a ser “o inimigo” depois da guerra na Ucrânia.
(Estadão)
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