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BRASIL VAI PRODUZIR MAIS ENERGIA DO QUE CONSUMIR, DIZ ESTUDO

João Paulo - 04/03/2024 09:01 - Atualizado 04/03/2024

O Brasil vive uma situação contraditória: o país produz energia renovável em excesso, mas ainda precisa ligar usinas termelétricas — mais caras e poluentes — para suprir a demanda em momentos de pico. O cenário tem como conseqüência um custo maior ao consumidor e desafios para a operação do sistema. Segundo projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 2028, o Brasil terá uma demanda de 110,98 gigawatts de energia, contra uma oferta que pode chegar a 281,56 gigawatts ao final de 2027. Ou seja, a oferta vai superar a demanda em 2,5 vezes

Para comparação, 1 gigawatt de capacidade pode iluminar mais de 1 milhão de residências por ano, a depender da fonte. Essa situação não é totalmente positiva, já que implica em desperdício e aumenta custos. “Na hora em que você tem essa situação, o que tem que fazer como Operador Nacional do Sistema Elétrico? Tem que limitar essa geração. E aí você vai ter que limitar essa geração por algumas características. Vai ter que verter água, ou vai verter sol, ou vai verter vento”, explica o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

No setor, “vertimento” acontece quando se abre o vertedouro de uma usina hidrelétrica para deixar correr a água que não vai ser utilizada para geração de energia. Também para as fontes solar e eólica, significa deixar de usar o recurso natural para geração de energia; é como “jogar fora” a capacidade de gerar. Ainda assim, cada vez mais o ONS vai precisar acionar usinas termelétricas em momentos de pico de consumo. Isso ocorre porque o excesso de energia se dá durante o dia, em razão da geração de energia renovável, que começa a cair no início da noite.

Imagem de Alexander Droeger por Pixabay

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