A Latam, Gol e outras aéreas cancelaram os voos com destino e origem na Argentina devido a uma greve nesta quarta-feira. A paralisação de 24 horas é de funcionários da Intercargo, empresa estatal que presta serviços de rampa no país vizinho. A Intecargo é responsável pela transferência de passageiros e suas bagagens, entre outras tarefas. Mais de 35.000 passageiros foram afetados pela greve que vem ocorrendo desde a meia-noite pelos sindicatos das companhias aéreas que prestam serviços de rampa e que forçou as companhias aéreas a cancelar cerca de 400 voos em todo o país.
A aérea low cost JetSmart informou que 45 voos tiveram que ser cancelados como resultado dessa ação, afetando 8.300 passageiros. A Aerolíneas Argentinas, por sua vez, informou o cancelamento de 331 voos “como resultado de uma greve realizada por três dos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa”. Somente a empresa de baixo custo Flybondi, que opera a partir do aeroporto internacional de Ezeiza, e a American Airlines, não foram afetadas, pois as duas têm trabalhadores próprios para o serviço de rampa e não dependem da Intercargo.
O acesso ao terminal Jorge Newbery está fechado para os passageiros. Juscara de Sousa deveria pegar um voo às 9h30 para São Paulo, onde mora, mas um e-mail enviado pela Gol no início da manhã informou que sua partida havia sido cancelada. – Estou com muita raiva! Eles não podem fazer isso com as pessoas. Liguei há pouco tempo e me disseram que haveria uma passagem para abril. Não posso nem entrar no aeroporto para ir ao banheiro – reclamou Juscara.
Na noite de terça-feira, a Associação de Pessoal Aeronáutico (APA), a Associação de Pilotos de Linha Aérea (APLA) e o Sindicato de Pessoal Sênior e Profissional de Companhias Aéreas (UPSA) culparam o ministro da Economia, Luis Caputo, por ter “frustrado o acordo que havia sido laboriosamente alcançado após várias horas com funcionários do Ministério Trabalho”.
Após a negociação fracassada, eles ratificaram a greve nacional de 24 horas por aumento salarial e em rejeição à “proposta salarial insuficiente do Ministério do Trabalho”. Os pilotos e a APA, que representam os funcionários da Intercargo, têm a capacidade de interromper toda a operação do aeroporto.
Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil
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