A 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo arquivou nesta quarta-feira, 21, de um inquérito policial contra o ministro da Fazenda Fernando Haddad por suspeita de lavagem de dinheiro nas eleições municipais de 2012, em sua campanha para prefeito da capital paulista. A investigação da Polícia Federal iniciou em 2015 após um relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar movimentação financeira a uma empresa de propaganda e marketing que teria recebido valores não declarados, vinculados à campanha de Haddad.
A empresa Pólis Propaganda, dos publicitários João Santana e Mônica Moura, antigos marqueteiros do PT recebeu 17 milhões de dólares (R$ 85 milhões) vindos de Angola, na África, além de 24 transferências bancárias feitas por uma outra empresa dos marqueteiros e pela campanha de Haddad.
Na decisão, o juiz Silvio Gemaque lembrou que a lei “anticrime”, de 2019, alterou o artigo 28 do Código de Processo Penal, que traz as regras dos arquivamentos de inquéritos policiais e afirmou que o caso já se prolongava por muito tempo sem conclusão alguma e absoluta ausência de provas.
A delação de João Santana e Mônica Moura à Lava Jato, em 2017, trouxe novas informações sobre a atuação da empresa de propaganda na campanha eleitoral de 2012. Mas para o MPF, os depoimentos dos delatores não foram suficientes para demonstrar as supostas irregularidades.
Foto: José Cruz / Agência Brasil