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VENDA DE TERRENOS EM ÁREAS NOBRES DE SALVADOR E QUE PODEM VIRAR ESPIGÕES, FOI APROVADO NA CÂMARA, E ENVOLVE POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS E ARTISTAS, DIZ REVISTA

Redação - 15/01/2024 17:00 - Atualizado 15/01/2024

O projeto aprovado na Câmara de Salvador e sancionado pelo prefeito Bruno Reis na última sessão de 2023, sob protestos nas galerias, continua gerando polêmica. O projeto, que autoriza a prefeitura de Salvador a alienar, trocar, vender e até doar quarenta terrenos públicos, sendo quinze áreas verdes (veja aqui), foi motivo de reportagem da última edição da Revista Veja.

Segundo a reportagem, a flexibilização no uso do solo estaria  atendendo ao apetite de empresas imobiliárias sem planejamento e colocando em conflito celebridades da cena política e empresarial de Salvador.

A revista diz que um dos terrenos desafetados (que pode ser objeto de venda) — uma área verde de 6 699 metros quadrados numa encosta à beira-mar na Baía de Todos os Santos, na região nobre do Corredor da Vitória seria utilizado pela  Novonor (ex-Odebrecht), que adquiriu um prédio de dois andares ao lado do imóvel desafetado.

A empreiteira planeja construir lá um edifício em parceria com um grupo de políticos e empresários e a revista cita o ex-prefeito ACM Neto, o marqueteiro Sidônio Palmeira, e João Gualberto, proprietário do grupo Hiperideal, que teve uma área na movimentada Av. Juracy Magalhães Jr. aprovada recentemente pela Prefeitura de Salvador para construção de um supermercado (veja aqui). Se a área desafetada for comprada, o projeto que teria 24 pavimentos, poderá ter 36 andares.

Segundo a Veja, em oposição ao projeto estaria a empresária Flora Gil e o cantor Gilberto Gil.  Em dezembro, o perfil de Gilberto Gil comentou. “Os lucros são muito grandes, mas ninguém quer abrir mão”, citando os versos de uma música sua.

Os vereadores de oposição afirmam que a Câmara e a prefeitura agem para atender aos interesses do ex-prefeito ACM Neto, padrinho de Bruno Reis, destacando que  esse foi o quarto lote de desafetações desde 2014, num total de 113 áreas públicas.

Outros terrenos em bairros de classe alta já podem ser objetos de venda. Como uma área verde no Morro Ipiranga, onde um terreno de frente para o mar foi desafetado. A mesma coisa ocorre em Stella Maris e pode ocorrer na Praia do Buracão, no Rio Vermelho, (veja aqui) ameaçada de ficar na sombra com a construção de três edifícios na faixa de areia. A construção de espigões é a preocupação dos moradores. Moradores tem se mobilizado e o Instituto dos arquitetos da Bahia tem denunciado a ocupação de áreas de preservação.

Área no Morro Ipiranga

                                                   Área no Morro IpirangaII

Área na Praia do Buracão, com indicação de prédios

 

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