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ACIDENTE DE SCHUMACHER, HEPTA DA F1, COMPLETA DEZ ANOS

João Paulo - 29/12/2023 07:20 - Atualizado 29/12/2023

No dia 29 de dezembro de 2013, o mundo da F1 se abalou com a notícia de que o heptacampeão Michael Schumacher havia sofrido um grave acidente de esqui em Méribel, na França. Exatos dez anos depois, o estado de saúde do alemão segue guardado a sete chaves pela família, que reforça o compromisso com a privacidade do ex-piloto. Entre 2000 e 2004, Schumi fez história com a Ferrari com cinco títulos de pilotos consecutivos na elite do automobilismo, se sagrando o primeiro heptacampeão mundial.

A última informação sobre a saúde de Michael remete a setembro de 2019, quando ele foi internado em um hospital de Paris para um suposto procedimento com células-tronco; no mês seguinte, o cirurgião de Schumi negou o tratamento alegando “não fazer milagres”. Em outubro deste ano, à Legal Tribune Online, o advogado da família explicou a ausência de um “relatório final” sobre o estado do heptacampeão, alegando que nenhum comunicado sanaria a curiosidade do público.

– Sempre foi sobre proteger informações privadas. Discutimos muito como tornar isso possível, então também consideramos que um relatório final sobre a saúde de Michael seria a maneira correta de fazê-lo- disse Felix Damm, acrescentando: – Mas isso não teria sido o fim, e teríamos que ter relatórios atualizados constantemente. A mídia, de novo e de novo, perguntaria “e como ele está agora?” um, dois, três meses ou anos depois da mensagem.

Neste ano, em abril, a revista alemã “Die Aktuelle” despertou revolta do público ao veicular uma entrevista falsa com o heptacampeão – o bate-papo era atribuído a Schumacher, mas foi gerado por inteligência artificial. A publicação pediu desculpas e demitiu a editora responsável; a família confirmou que estudava ações legais contra a revista.

Em julho de 2022, Jean Todt – ex-presidente da FIA, ex-diretor esportivo da Ferrari e amigo pessoal de Michael – revelou que assiste a corridas de F1 com o heptacampeão, sem dar grandes detalhes. O dirigente é um dos poucos indivíduos além da família imediata com autorização para visitar Schumacher. À época da declaração, o filho do alemão, Mick, corria sua segunda temporada na F1, pela Haas; hoje, o caçula de Schumi é piloto reserva da Mercedes. – Não sinto falta de Michael porque eu posso vê-lo. E sim, é verdade, eu vejo as corridas com Michael. Mas claro, o que eu sinto falta é do que costumávamos fazer juntos – contou Todt.

Na mesma semana da declaração de Todt, Corinna e Gina-Maria, esposa e filha de Schumacher, representaram o heptacampeão em homenagem na cidade de Colônia (Alemanha). Nela, Michael recebeu a Ordem do Mérito do estado da Renânia do Norte-Vestfália. Mick não compareceu devido a um mal-estar.

A extrema privacidade imposta principalmente por Corinna levou a uma declaração de Eddie Jordan, que deu a primeira chance a Michael na F1, sobre o estilo de vida da esposa de Schumacher. O irlandês, fundador da Jordan, teve um pedido de visita negado em 2013 logo após o acidente; em março deste ano, ele comparou o cotidiano de Corinna ao de uma prisioneira. – Faz quase dez anos e a Corinna não pôde ir a uma festa, um almoço, isso ou aquilo. Ela é como uma prisioneira, porque todos iriam querer falar com ela sobre Michael, quando ela não precisa de lembretes a cada minuto – disse ao The Sun Online.

Em 2021, no documentário “Schumacher” – único com aprovação da família -, Corinna explicou os motivos por trás da operação para garantir a privacidade de Michael. – Estamos seguindo com nossas vidas. “Privado é privado”, como ele sempre disse. É muito importante para mim que ele continue aproveitando sua vida privada o máximo possível. Michael sempre nos protegeu, agora estamos protegendo Michael – revelou a esposa de Schumacher.

Na mesma obra, Mick Schumacher não escondeu a emoção ao detalhar a relação que mantém atualmente com o pai: – Desde o acidente, essas experiências, momentos que acredito que muitas pessoas têm com seus pais, não estão mais presentes (para mim) ou estão em um menor grau. Isso é um pouco injusto. Meu pai e eu nos entenderíamos de um jeito diferente agora, porque falamos uma linguagem semelhante, a linguagem do automobilismo. E teríamos muito mais sobre o que conversar. É nisso que eu penso a maior parte do tempo, o quão legal seria. Eu daria tudo por isso.

Relembre o caso

Às 8h07 (horário de Brasília) do dia 29 de dezembro de 2013, Schumacher sofreu o acidente nos Alpes Franceses. O heptacampeão sofreu um trauma ao bater com a cabeça e, de helicóptero, foi levado a um hospital que ficava a 17km da estação de esqui. A transferência aconteceu menos de dez minutos após o acidente; posteriormente, Michael foi transferido para um hospital em Grenoble, na França, onde foi operado.

O capacete de proteção não impediu que Schumi sofresse lesões graves; segundo o médico Stéphane Charbardes, o quadro era de “grave traumatismo, hematomas intracranianos e um edema difuso”. O heptacampeão foi mantido em coma induzido até junho de 2014; antes, ele já havia saído da UTI. No dia 16 do mesmo mês, Michael deu entrada em um hospital de Lausanne, na Suíça.

Foto: Infoesporte

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