A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça a omissão do Congresso Nacional e obrigue os parlamentares a votarem uma lei que determine regras para a participação de funcionários em lucros das empresas. No dia 14 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes recebeu o processo e solicitou que a Corte estabeleça um prazo para que o Legislativo atue sobre o assunto.
A solicitação ao STF foi assinada pela ex-procuradora-geral Elizeta Maria de Paiva Ramos, que assumiu um cargo temporário na PGR entre a saída de Augusto Aras e a posse de Paulo Gonet, no último dia 18, após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PGR argumenta que o Congresso não criou uma lei que regulamentasse o direito social à participação de companhias por parte de trabalhadores urbanos e rurais, que está previsto no artigo 7º da Constituição Federal de 1988. Segundo a Procuradoria, a ausência de leis resulta em uma diminuição arbitrária e injustificada do nível de proteção dos direitos sociais dos trabalhadores, violando o princípio da proporcionalidade.
“Enquanto não for editada lei federal que garanta a todos os trabalhadores urbanos e rurais o direito à participação na gestão da empresa, os seus direitos laborais, por consequência, continuarão não recebendo o nível de proteção exigido constitucionalmente, com reiteração contínua e reiterada ao art. 7, XI, da Constituição Federal. Portanto, há de ser conhecida essa ação direta de inconstitucionalidade por omissão”, escreveu a ex-procuradora-geral.
(Estadão)
Foto: Divulgação