A cidade de Luís Eduardo Magalhães ostenta hoje o 11º lugar entre os maiores PIBs do Nordeste ( veja aqui) e esta pujança econômica atraiu o comércio ilegal de drogas, que está dominado pela facção BDM (Bonde do Maluco), uma das maiores da Bahia. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, a cidade registrou um pico de mortes violentas intencionais em 2022, com taxa de 56,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Foram 61 mortes violentas, sendo 19 delas resultado de ações policiais.
A cidade foi uma das áreas de atuação do traficante Ednaldo Freire Ferreira, que ganhou notoriedade este ano, quando teve a prisão preventiva transformada em domiciliar pelo desembargador Luiz Fernando Lima, do TJ (Tribunal de Justiça) da Bahia. Dadá está foragido e o magistrado foi afastado por meio de uma decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Os dados sobre violência colocam a cidade baiana como a 18ª com maior proporção de mortes violentas do país, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os indicadores acenderam o alerta das autoridades para o avanço da criminalidade em uma das regiões mais prósperas do estado e de papel primordial para o agronegócio brasileiro. O delegado Thiago Folgueira, coordenador da Polícia Civil no oeste baiano, disse, no entanto, que a criminalidade está controlada:
“É uma cidade rica, que vem se desenvolvendo, e por isso tem uma população flutuante. Mas não há uma sensação de insegurança. De certa forma, a criminalidade está controlada”, afirmou
Na reportagem, o presidente do Conselho de Segurança de Luís Eduardo Magalhães, Heliton Bettes, também minimiza o número de mortes violentas e diz que os indicadores não se refletem no cotidiano da cidade.
“A maioria das mortes são acertos dos bandidos entre eles mesmos. São muito raros os casos de latrocínio e assaltos à mão armada contra pessoas de bem.”
No ano passado, foi registrado apenas um latrocínio (quando há roubo e a vítima é morta) na cidade. Mas dados da Secretaria de Segurança Pública mostram crescimento dos crimes contra o patrimônio. O número de furtos de veículos, por exemplo, era 25 em 2021, subiu para 70 casos no ano seguinte e já chegou a 76 no período entre janeiro e agosto deste ano.
Na zona rural, as maiores fazendas possuem videomonitoramento e segurança privada. Entidades também firmaram convênios com o governo para custear reparos em viaturas e combustível para a polícia.