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ARMANDO AVENA – O NATAL, AS COMPRAS E A REDUFLAÇÃO

Redação - 14/12/2023 08:55 - Atualizado 14/12/2023

O Natal de 2023 promete ser melhor do que o do ano passado. As vendas no varejo deverão crescer 4% em dezembro e alcançar quase R$ 15 bilhões, segundo a Fecomércio-BA. O desempenho poderia ser melhor se as taxas de juros e a inadimplência não estivessem tão altas. De todo modo, o país está crescendo, o desemprego está caindo e o apelo do Natal vai levar os consumidores às lojas. Além disso, estima-se que o pagamento do 13º salário vai injetar R$12 bilhões na economia baiana, um incremento de R$1,6 bilhão em comparação com o ano passado. Claro, a maioria da população baiana não recebe 13º salário e ganha menos de 2 salários mínimos e, como dizia Pantagruel, o herói boêmio e glutão de Rabelais, “falta de dinheiro é uma dor sem par”, mas, ainda que seja dolorido, o apelo do Natal é grande.

Recebo vários e-mails indagando quais as recomendações para fazer uma boa compra de fim de ano. Cabe, desde logo, dizer que a compra à vista é sempre preferível do que a compra a prazo, afinal, os juros ainda estão nas alturas. Se for comprar a prazo, o consumidor deve preferir o “parcelado sem juros”, que vêm com juros embutidos, mas eles são fixos e não correm o risco de virar uma bola de neve. A compra no cartão de crédito é bem-vinda, desde que o valor total seja pago no vencimento do cartão, mas torna-se uma loucura se a intenção for utilizar o crédito rotativo, que chega a 400% ao ano, o mesmo valendo para o crediário com juros.

 Outra recomendação é pesquisar preços, pois eles variam muito de uma loja para outra.  Aqui, vale lembrar que o principal instrumento do consumidor nas lojas físicas é o celular na mão, pois isso permite comparar preços. Em muitas lojas, especialmente nas grandes redes, há reduções de preços frente ao preço mais baixo da internet.  Aliás, o e-commerce é um bom local para as compras, mas é importante procurar frete grátis, dar preferência às compras à vista, ou no boleto que tem descontos de até 10%, e checar se o produto chega antes do Natal.

Vale lembrar também que comprar em shoppings é muito bom pela segurança, mas o comércio de rua e dos pequenos shoppings pode ser uma alternativa mais barata. Para alguns produtos, as grandes lojas, que compram em grandes quantidades, podem oferecer preços melhores, mas as pequenas lojas possuem estoques antigos, precisam se capitalizar e às vezes oferecem preços mais em conta.

O consumidor deve fugir também da reduflação. Muitas empresas estão reduzindo o tamanho ou a quantidade dos seus produtos e mantendo o preço. Isso se chama reduflação  e está se disseminando cada vez mais, especialmente entre os produtos alimentares. Nesse caso, é sempre bom buscar um substituto e eles sempre existem.

 Uma dica final: essa história de comprar com antecedência nem sempre garante o melhor preço, embora garanta menor confusão na hora de comprar. Quem não tem pavor de multidão, pode deixar as compras para a última hora, pois é neste momento que os preços caem. No mais, tudo indica que este pode ser um bom Natal. Bom para o comércio e bom para as pessoas e quem sabe um presságio  a anunciar que o ano 2024 trará mais emprego e mais prosperidade para o Brasil.

                                                      PIB DA BAHIA I

O PIB da Bahia cresceu 0,2% no terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. O crescimento foi inferior ao do PIB nacional que registrou crescimento de 2% no período.  O crescimento menor deve-se ao fato de que a indústria na Bahia registrou queda de 4% no período, em relação a 2022.  A indústria de transformação caiu -4,1%, por conta da retração na produção de refino de petróleo, produtos químicos, celulose, borracha e plástico, minerais não-metálicos e metalurgia. E houve queda na indústria extrativa de -17,2% e na construção civil, de -0,4%. A depender do 4º trimestre, o PIB da Bahia pode crescer menos que o PIB nacional em 2023. Os dados são da SEI

                                                                                  QUEDA NOS JUROS

O Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,5%. O país encerra o ano com juros de 11,75%, um dos maiores do mundo. Foi uma decisão conservadora, dado os fundamentos da economia e prejudica o país. A taxa poderia cair 1% sem qualquer efeito inflacionário e, assim, o crédito ficaria mais barato e o consumo das famílias poderia aumentar, elevando a taxa de crescimento do PIB. O pior é que os juros excessivos inibem o investimento e a implantação de novos projetos. Lula e o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apelaram até para o coração do presidente Campos Neto, mas não adiantou.  Com a inflação ficando abaixo do teto da meta este mês, não há ata que explique o conservadorismo do BC.

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