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BASEADO EM EXPERIÊNCIA REAL, LIVRO ABORDA IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DA CRIANÇA NO PROCESSO DE NASCIMENTO DO IRMÃO OU IRMÃZINHA

João Paulo - 12/12/2023 11:40

Tanila Amorim é mãe de Gabriel, 14 anos, e Kadu, 8. O primeiro viu o irmão nascer, em casa, e foi seu relato que despertou a ideia do livro De onde veio meu irmão?, editado pela Solisluna e com ilustrações de Camila Alemany. O lançamento será  no dia 17 de dezembro (domingo), às 15 horas, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia – MAC Bahia, em Salvador.

Sensível e afetuosa, a obra marca a estreia da autora na literatura infantil, e apresenta o nascimento a partir do olhar de uma criança. Na história, Bidú vivencia a expectativa de virar irmão mais velho, e, nesse processo, testemunha a mãe dar à luz ao pequeno Jébis, na sala de casa, entre contrações, gritos, choros e risadas.

Enfermeira obstetra e parteira urbana, Tanila tem propriedade sobre o que escreve. Ela prepara as futuras mamães para realizarem parto domiciliar e, para além disso, defende a importância da participação das crianças nesse processo: “Uma gestação leva tempo, e obviamente isso não é à toa. A construção do conhecimento sobre o processo do parto deve fazer parte do pré-natal familiar, e sem dúvida, está incluído nisso a preparação dessa(s) criança (s) mais velha (s). Além de ser uma possibilidade riquíssima de diálogos sobre os processos da vida.”

Mesmo sendo um livro infantil, a narrativa de De onde veio meu irmão? não subjuga a inteligência das crianças.  “É importante falar o que tem que ser dito, de forma clara e honesta, mas sempre com o respeito necessário. Inclusive, toda criança tem o direito à informação real. Se todos nascemos, saber sobre nascer deveria ser assunto de interesse de todos”, garante a autora.

Uma das grandes incentivadoras do projeto foi Emília Nuñez, vencedora do Prêmio Jabuti de Livro Infantil 2023, com ‘Doçura’: “Quando eu percebi que o relato do meu filho era uma história linda e importante, quando eu vislumbrei a possibilidade de contá-la formalmente, eu escolhi dividir essas minhas descobertas ainda tímidas com uma pessoa muito querida, a quem também pude ter a honra de partejar sua segunda filha, que foi Emília Nuñez. Ela me recebeu lindamente em sua casa, leu meu esboço e me disse com aqueles olhinhos vibrantes: ‘Flor, isso já é um livro! A história é brilhante!!'”, relembra Tanila Amorim.

Ilustrações lúdicas, situações reais

De acordo com Tanila, a Solisluna Editora acolheu o projeto com todo o cuidado e respeito que pede o tema. A ludicidade foi mantida no projeto gráfico e as ilustrações reforçam o conceito lúdico. “Quando apresentei o livro, eu já tinha no meu coração um lugar de muita vontade para que as ilustrações fossem especiais. Isso porque meu filho mais velho gosta de desenhar e isso me convidou à importância de olhar para a figura do(a) ilustrador(a). E aí Valéria logo me falou da importância que a editora dá à ilustração, e de como valoriza esse profissional. Obviamente, que eu fiquei maravilhada”.

Camila Alemany foi a profissional indicada por Valéria Pergentino, editora da Solisluna, para realizar as ilustrações. Chilena radicada há 15 anos em Salvador, a ilustradora quis produzir imagens que conectassem com crianças e adultos, a fim de contribuir com a normalização do parto domiciliar.  “As ilustrações foram criadas com muito amor e cuidado, procurando  representar, de maneira sensível e poética, porém, fidedigna, o momento mágico do parto, bem como o lindíssimo texto de Tanila, que me tocou profundamente”.

Foto: divulgação

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