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POPULAÇÃO DE RUA NO BRASIL TEM AUMENTO DE 10X EM 10 ANOS

LUIZA SANTOS - 11/12/2023 15:46

O número de moradores em situação de rua no Brasil saltou de 21.934 em 2013 para 227.087 até agosto de 2023, o que corresponde a um aumento de 935,31% nos últimos dez anos. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados do CadÚnico (Cadastro Único) do Governo Federal.

A pesquisa revela que problemas familiares ou com companheiros foram apontados como motivo para sair de casa por 47,3% das pessoas em situação de rua. O desemprego foi citado por 40,5%, enquanto alcoolismo e abuso de outras drogas foram mencionados 30,4%. Perda de moradia foi citada por 26,1%.

Entre os motivos, há ainda ainda insegurança alimentar, déficit habitacional e saúde mental.

“Quanto maior o tempo de permanência na rua, maior a probabilidade de problemas com familiares e companheiros ser um dos principais motivos que levou a pessoa à situação de rua. O mesmo ocorre, e de forma ainda mais intensa, com os motivos de saúde, particularmente o uso abusivo de álcool e outras drogas. As razões econômicas, por sua vez, tais como o desemprego, estão associadas a episódios de rua de mais curta duração”, diz Marco Antônio Carvalho Natalino, especialista em políticas públicas e gestão governamental em exercício na diretoria de estudos e políticas sociais do Ipea.

Ainda de acordo com o levantamento, 60% das pessoas em situação de rua não vivem na cidade em que nasceram, mas 70% delas vivem no mesmo estado de nascimento. O levantamento mostra ainda que, no geral, o movimento é das periferias em direção aos centros metropolitanos.

Do total de pessoas em situação de rua no Brasil, 10.586 são estrangeiros (4,7%). A maioria vem de países vizinhos, sendo 30% apenas da Venezuela. Outros 32% são da Angola. Dos entrevistados, 69% são negras (51% pardos e 18% pretos) e idade média é de 41 anos. Os jovens entre 18 e 29 anos somam 15% do total da população em situação de rua, e aqueles com idade entre 50 e 64 anos correspondem a 22%. Crianças e adolescentes somam 2,5%, e idosos, 3,4%.

FOTO: Evandro Veiga/CORREIO

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