Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a economia brasileira deve receber uma injeção de aproximadamente R$ 291 bilhões com o pagamento do décimo terceiro salário em 2023. Este valor representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB). As empresas tiveram até ontem (30) para efetuar o pagamento do benefício em todo Brasil.
Segundo o coordenador do curso de Administração da Unic Beira Rio, Ederaldo Lima, em entrevista ao portal Bahia Econômica, é importante que todos tenham cautela com o valor extra, analisando com calma o que fazer, já prevendo 2024. “O ideal é avaliar se há dívidas a quitar, antes de iniciar a temporada de compras utilizando o pagamento extra. É preciso pensar na qualidade de vida que o equilíbrio financeiro pode proporcionar, mesmo que a longo prazo”, pontua.
Entre as maneiras de utilizar bem o valor extra estão: pagar as contas do início do ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), fazer investimentos ou poupar parte do dinheiro. O coordenador do curso elenca, a seguir, cinco dicas cruciais para usar o décimo terceiro salário de forma inteligente.
Dívidas – Quem está no cheque especial ou parcelas de financiamento no cartão de crédito, deve usar o décimo terceiro salário para quitar essas dívidas. Se não der para “zerar” tudo, comece pelas contas que cobram os juros mais altos. Use a quantia recebida para ganhar um abatimento das dívidas na hora da negociação.
Contas do começo do ano – O planejamento é fundamental para tudo na vida. Já pensou começar o ano com o IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares pagos? Pois é, utilize o recebimento de novembro e dezembro para começar 2022 com uma folga no orçamento.
Reserva de emergência – Ter um fundo para imprevistos é fundamental para deixar a cabeça tranquila. Nunca se sabe quando vai ocorrer uma doença na família ou a perda de um emprego. Por isso, aproveite o salário extra para iniciar um “fundão”. O ideal é que se tenha um valor equivalente a, pelo menos, seis meses de despesas mensais.
Investimentos – Se você já tem um fundo para emergências e não tem dívidas, aproveite para investir. Escolha investimentos adequados às suas necessidades. O salário também pode se transformar no primeiro passo para contratar produtos financeiros que garantam a segurança financeira de todos da sua casa. Sempre aplique o dinheiro de forma estratégica, de olho no futuro.
Presentes – Se ainda assim você é daqueles que não consegue ficar sem gastar na época em que mais se presenteia, busque promoções. Aproveite a Black Friday e antecipe as compras, utilize apenas uma parte do valor recebido para os presentes.
Também em entrevista ao portal Bahia Econômica, o presidente do Sindicatos dos Lojistas do estado da Bahia, Paulo Mota, afirmou que o comércio observa como positiva esse incremento de renda que o comércio tem nesse período do ano. Segundo Paulo o aumento do poder de compra do consumidor estimula a economia e ajuda o setor empresarial e comercial a trabalhar e vender mais.
“O décimo terceiro é um grande fator que impulsiona a maior circulação de recursos no mercado. Isso traz claro uma positividade para que os consumidores tenham condição de ter acesso às compras e também àqueles consumidores que estão com pendências venham regularizar. Nós empresários nos preparamos para o momento esperando um aumento na circulação e nas vendas. O sindicato orienta o empresário a ficar atento aos prazos definidos em leis”, disse.
O advogado Caio Rocha, do escritório Rocha Advogados, também em contato com o portal Bahia Econômica, falou sobre as punições que podem acontecer as empresas caso o beneficio não seja pago no prazo. Lembrando que o prazo para pagamento da primeira parcela do benefício terminou e a segunda parcela, por sua vez, deve ser paga pelas empresas até o dia 20 de dezembro, caso o empregador opte pelo parcelamento.
Segundo o advogado se o trabalhador não recebeu o adiantamento, a primeira providência é tentar negociar e se entender com a empresa, caso não resolva, um contato com o sindicato de sua categoria pode ser feito. Em último caso, uma ação na Justiça do Trabalho para cobrar a dívida pode ser feita.
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