O Sindiquímica Bahia fará uma reunião com o deputado estadual Rosemberg (PT) nesta segunda-feira (6), às 17h, na Assembleia Legislativa da Bahia, no Centro Administrativo, para discutir as consequências do fim das operações da Unigel no estado, e a situação dos quase 400 trabalhadores que podem ser demitidos.
Na reunião estarão presentes cerca de 36 trabalhadores, que representarão o clima de medo e apreensão em que vivem os trabalhadores da empresa desde que, na última quarta-feira, dia 1º de novembro, a direção da Proquigel emitiu comunicado ao Sindiquímica, confirmando a paralisação das operações industriais da Unigel Agro BA (FAFEN-BA), com o consequente desligamento dos trabalhadores, que cumprirão aviso prévio trabalhado de 30 dias.
A Proquigel alega que vem operando a unidade da Unigel na Bahia, produtora de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, de forma deficitária desde o final de 2022, especialmente em razão do alto custo do gás natural fornecido pela Petrobras que torna o preço final dos fertilizantes impraticável face aos preços praticados no mercado internacional.
Nos últimos meses, a diretoria do Sindiquímica já vinha buscando o diálogo com representantes da Petrobras, do governo da Bahia e do governo federal, cobrando o retorno das operações da fábrica e a garantia da manutenção dos postos de trabalho. Ao todo são 384 trabalhadores envolvidos na produção da unidade, entre 264 funcionários diretos e 120 indiretos.
São trabalhadores especializados, alguns vindos de outros estados ou de outras indústrias da Bahia, que investiram na formação profissional e organizaram suas vidas e das suas famílias a partir da expectativa gerada pelo trabalho na Unigel. Cerca de 30% dos funcionários realizaram qualificação no Senai Cimatec e desempenham o primeiro emprego.
O Sindiquímica cobra celeridade para que a Petrobras assuma imediatamente a operação das unidades da Bahia e Sergipe e garanta a manutenção dos trabalhadores, que não podem mais aguardar as indecisões em um clima de incertezas e medos. Essa situação gera um desgaste psicológico e emocional, não apenas para os trabalhadores da Unigel, mas também para toda a cadeia produtiva que acaba sendo afetada. A oferta de fertilizantes é uma questão de interesse nacional e atinge diretamente a economia e a dinâmica industrial da Bahia
“A nossa preocupação enquanto sindicato que defende os direitos dos trabalhadores é a garantia dos postos de trabalho, com uma solução imediata que venha do governo da Bahia ou governo federal, por meio da Petrobras, que pode retornar a operação com as Fafens. Independentemente da solução encontrada, queremos a garantia de que todos os trabalhadores serão aproveitados”, cobra José Pinheiro, diretor do Sindiquímica Bahia.
O sindicalista chama atenção para a situação dos trabalhadores, diante da incerteza quanto ao futuro, o que tem gerado transtornos emocionais e psicológicos. “Quando as refinarias e poços de petróleo foram vendidos durante o governo Bolsonaro gerou graves comprometimentos psicológicos para os trabalhadores que se deslocaram de suas cidades, com um número crescente de casos de depressão e até suicídio. Não podemos esperar que aconteça situação semelhante com os trabalhadores da Unigel”, alerta José Pinheiro.
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