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POPULAÇÃO DA BAHIA ESTÁ ENVELHECENDO RÁPIDO E EM GRANDE QUANTIDADE, DIZ IBGE

João Paulo - 27/10/2023 12:57 - Atualizado 27/10/2023

Com menos crianças nascendo e a longevidade progressivamente aumentando, a população brasileira vem, em geral, num processo de envelhecimento, que mostra uma aceleração mais clara a partir de 2010. E a Bahia não é exceção. Entre os Censos de 2010 e 2022, o índice de envelhecimento no estado, ou seja, o número de pessoas de 65 anos ou mais de idade para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, aumentou 86,1%, passando de 28,3/100 para 52,6/100.

Em 1970, o índice de envelhecimento da população baiana era de apenas 6,8 pessoas de 65 anos ou mais de idade por 100 crianças de até 14 anos. Ele aumentou num ritmo lento em 30 anos, até 2000, quando era de 17,9/100, depois deu um salto para 28,3/100, em 2010, e outro ainda maior, para 52,6/100, no ano passado. Em 2022, o índice de envelhecimento da Bahia era o 10º mais alto do país. Frente a 2010, quando era o 12o, o estado subiu duas posições, ultrapassando Pernambuco e Ceará.

No Brasil como um todo, o indicador estava em 55,2 idosos de 65 anos ou mais para cada 100 crianças até 14 anos. Rio Grande do Sul (80,4/100), Rio de Janeiro (73,6/100) e Minas Gerais (68,6/100) eram os estados mais envelhecidos, enquanto Roraima (17,4/100), Amapá (20,3/100) e Amazonas (21,7/100) tinham os menores índices de envelhecimento. O aumento significativo do índice de envelhecimento na Bahia, entre 2010 e 2022, resultou da forma como as faixas etárias evoluíram no estado. Nesses 12 anos, a população baiana só cresceu a partir do grupo das pessoas com 40 anos de idade.

Diminuíram os totais de crianças até 12 anos (-19,9% do que em 2010, indo a 2.452.706), adolescentes de 13 a 19 anos (-20,4%, ficando em 1.479.324) e adultos de 20 a 39 anos (-10,1%, sendo de 4.287.818 pessoas). Por outro lado, aumentaram os contingentes de adultos de 40 a 59 anos (+30,6% do que em 2010, indo a 3.762.499), de pessoas idosas de 60 a 79 anos (+48,8%, chegando a 1.814.374,) e daquelas com 80 anos ou mais(+49,6%, indo a 344.905).

O total de pessoas de 60 anos ou mais de idade cresceu 48,9% nos 12 anos entre os Censos, chegando a 2.159.279 em 2022, ou 15,3% da população baiana. Houve um aumento de 709.272 idosos frente a 2010, quando eles somavam 1.450.007 pessoas e representavam 10,4% dos habitantes da Bahia. O crescimento da participação das pessoas idosas na população, de 10,4% para 15,3%, fez a Bahia subir quatro posições no ranking nacional para esse indicador, da 13ª em 2010 para a 9ª em 2022. Rio Grande do Sul (20,2%), Rio de Janeiro (18,9%) e Minas Gerais (17,8%) tinham os maiores percentuais de pessoas de 60 anos ou mais; Roraima (7,9%), Amapá (8,4%) e Amazonas (9,1%), os menores.

De 2010 a 2022, Salvador foi a capital com o 2o maior aumento no índice de envelhecimento; ele mais que dobrou, chegando a 66 idosos por 100 crianças. Salvador vive um processo de envelhecimento semelhante ao verificado pelo Censo na Bahia, só que ainda mais intenso. Entre 2010 e 2022, a população da cidade viu seu índice de envelhecimento mais que dobrar, passando de 29,7 idosos de 65 anos ou mais por cada 100 crianças até 14 anos, para 66,4/100. O aumento em 12 anos (+123,5%) foi o segundo mais intenso entre as capitais, abaixo apenas do registrado em Palmas/TO (+128,0%), e fez Salvador se tornar a 9a capital mais envelhecida do país, subindo três posições em relação ao 12o lugar que ocupava em 2010, superando João Pessoa/PB, Goiânia/GO e Natal/RN.

As capitais com maiores índices de envelhecimento, em 2022, eram Porto Alegre/RS (com 98,4 idosos de 65 ou mais para cada 100 crianças de até 14 anos), Belo Horizonte/MG (91,1/ 100) e Rio de Janeiro/RJ (86,4/ 100). No outro extremo, estavam Boa Vista/RR (18,6/ 100), Macapá/AP (21,9/ 100) e Palmas/TO (23,4/ 100).

Além de Salvador, outros 259 municípios da Bahia tinham índices de envelhecimento maiores do que o do estado como um todo, somando 260 mais envelhecidos do que a média, que correspondiam a 62,4% ou 6 em cada 10 cidades baianas. Dessas, 5 já tinham mais pessoas com 65 anos ou mais de idade do que crianças até 14 anos: Abaíra, com 137,0 idosos para cada 100 crianças, Jussiape (117,2/100), Jacaraci (105,6/100); Guajeru (103,6/100); e Ibiassucê (102,2/100).

No outro extremo, os cinco municípios menos envelhecidos da Bahia eram Luís Eduardo Magalhães (11,8 idosos para cada 100 crianças), Porto Seguro (24,8/100), Ibicoara (26,4/100), Rodelas (27,3/100) e Cairu (28,0/100). Além de ter visto o envelhecimento de sua população acelerar, entre 2010 e 2022 a Bahia também teve um aumento no número de pessoas no extremo da longevidade, com 100 anos ou mais de idade. Manteve, assim, o posto de estado com mais centenários no país e passou a ter a maior proporção deles na população em geral.

Em 31 de julho de 2022, 5.336 pessoas tinham 100 anos ou mais de idade na Bahia, o que representava 0,04% dos moradores do estado. Frente a 2010, quando as pessoas centenárias eram 3.335, houve uma alta de 60,0% (ou mais 2.001 pessoas). Doze anos atrás, a Bahia já liderava na população centenária, em termos absolutos, mas ficava com a segunda maior proporção desse grupo no total de habitantes. Em 2022, o estado passou a liderar em ambos os indicadores, empatado com Maranhão na participação dos centenários no total.

Além disso, estava bastante espalhada no território do estado: 412 dos 417 municípios baianos tinham ao menos um/a morador/a centenário/a. Apenas Aiquara, Brejões, Jussari, Pau Brasil e Terra Nova não tinham nenhum/a morador/a com 100 anos ou mais de idade. Em termos absolutos, as maiores populações centenárias da Bahia estavam em Salvador (516, 0,02% do total, 4o lugar no Brasil), Feira de Santana (157, 0,03%, 19o lugar no Brasil) e Alagoinhas (113, 0,07%, 21o lugar no Brasil). Em participação no total da população, Araçás (0,22%, com 26 centenários, 5o lugar no Brasil), Macururé (0,21%, 15 centenários, 9o lugar no Brasil) e Santa Inês (0,16%, 16 centenários, 21o lugar no Brasil) lideravam. No país como um todo, em 2022, 37.814 pessoas tinham 100 anos ou mais de idade, o que representava 0,02% da população brasileira. O número cresceu 66,8% frente a 2010, quando era de 22.676 (0,02% da população brasileira na época).

 

Imagem de Benjamin Balazs por Pixabay

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