A crescente onda de violência que invadiu Salvador e RMS nas últimas semanas tem prejudicado o comércio local. Os dados foram assustadores no mês de setembro, com o registro de 74 tiroteios em ações policiais, que resultaram na morte de 72 pessoas e deixaram outras 13 feridas.
No entanto, a violência segue em grande escala no mês de outubro. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado obtidos pelo Bahia Econômica, apenas nos 10 primeiros dias do mês foram registrados 50 tiroteios, resultando em 42 mortes e 5 feridos.
A situação não só assusta a população, como impacta diretamente na atividade econômica do comércio de rua. Em entrevista ao BE, Paulo Mota, presidente do Sindilojas-BA, explica que devido a insegurança, os consumidores ficam amedrontados, o que acaba diminuindo as vendas e prejudicando o setor.
“A violência inibe os consumidores em se sentirem seguros em frequentar as áreas comerciais. Sem a presença de políticas públicas de segurança pelo Estado, a vulnerabilidade está presente. O que está existindo em nossa cidade é uma ausência de política pública com referente a segurança”, destacou.
Mota afirma que a violência atinge de maneira frontal, não só nas áreas tradicionais da cidade, como a Avenida Sete e Baixa dos Sapateiros, mas também as atividades econômicas do comércio nos bairros.
“Os danos para o comércio são muito grandes, não só o dano de perda de consumidor que termina se refugiando em shopping center, como também os bens materiais das empresas, porque quando é furtada uma mercadoria, quando é arrombada uma loja, quando são enfraquecidas as instalações do estabelecimento, gera prejuízo para empresa”, disse.
O presidente cobrou ainda uma estratégia eficaz na Segurança Pública do Estado, para que a violência seja reduzida.
“O sentimento que nós temos é que a intervenção do poder público na segurança em nossa cidade precisava fazer uma reflexão, como já aconteceu há muitos anos. Tínhamos os postos elevados que ficava o policial acompanhando a circulação de pessoas nas áreas comerciais, em vez de ficar um carro circulando. Isso não traz uma condição de maior estabilidade”, lamentou.
FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil