Oferecer tratamento humanizado e multidisciplinar de miomas com foco na abordagem minimamente invasiva e, sempre que possível, preservação da fertilidade. Este é objetivo do Núcleo Avançado de Abordagem de Miomas (NAAM), que será lançado no dia 5 de outubro, às 19h30, no Restaurante 705, no bairro de Pituaçu, em Salvador. O encontro, voltado para especialistas das áreas de ginecologia, angiologia e cirurgia, inclui uma palestra que será ministrada pelo psicoterapeuta, professor e escritor Jordan Campos.
Liderado pelos experientes cirurgiões ginecológicos Marcos Travessa e Guilherme Moraes, e pelo cirurgião vascular Dionésio Coelho, o NAAM reúne um grupo de médicos qualificados na abordagem da miomatose uterina. Um dos tratamentos de maior destaque oferecidos pelo Núcleo, a embolização das artérias uterinas é um procedimento minimamente invasivo usado para tratar miomas que causam sangramento menstrual intenso, dor ou sintomas compressivos na bexiga ou intestino.
De acordo com o cirurgião vascular, angiorradiologia e radiologista intervencionista Dionésio Coelho, que já realizou mais de 550 procedimentos desse tipo, o procedimento envolve a introdução de um cateter na virilha por meio de uma pequena punção. O cateter é dirigido até a artéria uterina por meio de manobras visualizadas por imagens geradas por um aparelho que emite raios-X (fluoroscopia). “Com o cateter, injetamos o agente embólico nas artérias que fornecem sangue aos miomas, reduzindo seu tamanho”, explicou o especialista
Segundo o cirurgião ginecológico Marcos Travessa, que também é fundador do Centro de Endometriose da Bahia e responsável pelo Núcleo de Cirurgia Ginecológica do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica, os miomas uterinos são tumores benignos que afetam milhões de mulheres em todo o mundo. “Cerca de 70% do público feminino em idade fértil têm miomas. O tratamento deve se adequar às necessidades individuais de cada mulher. Atualmente, abordagens multidisciplinares e exames diagnósticos de ponta facilitam a identificação da melhor estratégia terapêutica”, frisou.
Apesar de muitas pacientes serem assintomáticas, algumas se queixam de sangramento uterino anormal, pressão na bexiga, dor no abdômen, dor lombar e dor pélvica com hemorragia, além da dificuldade para engravidar. Embora a doença possa causar infertilidade, desconforto significativo e impactos relevantes na qualidade de vida, avanços médicos como a embolização das artérias uterinas e a miomectomia robótica têm proporcionado tratamentos mais eficazes, com destaque para a preservação do útero.
Para o cirurgião ginecológico Guilherme Moraes, especialista em endoscopia ginecológica, preservar a fertilidade é a grande preocupação de muitas pacientes em tratamento de miomas. “Felizmente, técnicas minimamente invasivas têm permitido que após o tratamento dos miomas, muitas mulheres consigam engravidar”, destacou. Em alguns casos, o tratamento indicado é a miomectomia, procedimento cirúrgico que envolve a remoção dos miomas, preservando o útero. Ela pode ser feita de forma minimamente invasiva, por meio de cirurgia robótica ou laparoscópica ou, ainda, através de histeroscopia. Outra opção é o tratamento medicamentoso. A prescrição de medicamentos com ação hormonal pode diminuir os miomas ou controlar seu crescimento, reduzindo os sintomas associados à doença.