O advento e a democratização das tecnologias de comunicação trouxeram mudanças significativas para a sociedade e a disseminação de modelos econômicos mais inovadores, criativos e sustentáveis foi uma delas.
É o caso das moedas sociais, como a Palma, Mumbuca e XporY.com, que ganharam força nos últimos tempos como forma de fomentar a economia local, combater a pobreza e promover a inclusão social. Hoje, estima-se que 150 moedas sociais já estejam em circulação no Brasil, mas a Palma foi a grande pioneira deste modelo de negócio. A moeda própria do Conjunto Palmeiras, uma favela situada em Fortaleza, no Ceará, foi criada em 1998, pelo Banco Palmas, com a proposta de estimular o consumo local.
Funciona da seguinte forma: cada palma equivale a um real e possibilita a aquisição de produtos, mercadorias e serviços em estabelecimentos e fornecedores conveniados do próprio bairro. Com isso, pequenas empresas começaram a surgir e, inclusive, a gerar trabalho e renda para os moradores da comunidade. Considerado o primeiro banco comunitário do Brasil, o Banco Palmas também oferece linhas de crédito, pagos na moeda social, com prazo de pagamento acessível e taxa de juros bem baixas.
O mecanismo de microcrédito, ou seja, a concessão de pequenos financiamentos para a população mais pobre, sem nenhuma garantia exigida como contrapartida, foi criado por Muhammad Yunus, em Bangladesh, com o objetivo de estimular o empreendedorismo e os pequenos negócios, bem como combater a pobreza. O bengalês e o Grameen Bank inclusive ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2006 por gerar desenvolvimento econômico e social a partir da base.