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DIA MUNDIAL DA SEPSE: INFECÇÃO CAUSA CERCA DE 240 MIL ÓBITOS POR ANO NO BRASIL   

João Paulo - 13/09/2023 07:32

A Sepse é uma condição clínica grave que afeta cerca de 670 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Antigamente conhecida como infecção generalizada, a doença consiste em uma resposta inadequada do organismo a algum quadro infeccioso, ocasionando danos e disfunções de órgãos do corpo.

O Coordenador de Infectologia do Hospital Mater Dei Salvador, Victor Castro Lima alerta para a alta letalidade da Sepse. “Tudo depende do reconhecimento precoce da condição e do início do uso de antibióticos e hidratação, o mais breve possível. Em condições mais graves, por exemplo, o índice de óbitos pode chegar a até metade dos pacientes”, informa o especialista. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a estimativa é de 240 mil mortes por ano no Brasil em decorrência de manifestações de infecções graves no organismo.

Primeira causa de morte e readmissão em hospitais no mundo, a Sepse pode afetar qualquer pessoa, inclusive aquelas mais jovens e saudáveis. No entanto, é preciso ficar atento especialmente aos grupos de risco: idosos, pessoas com comprometimento da imunidade (doenças oncológicas, transplantes e usuários de medicamentos que reduzem a imunidade), pessoas com doenças crônicas (diabetes, doenças pulmonares, cardíacas ou renais), pacientes internados em hospitais ou que estejam fazendo uso de dispositivos invasivos (como cateteres venosos, por exemplo).

Atenção aos sintomas

O infectologista Victor Castro Lima lembra que qualquer processo infeccioso pode evoluir para um quadro de sepse, porém os mais comuns são infecções bacterianas agudas, como pneumonias, urinárias, abdominais e de pele. Além disso, alguns tipos de vírus, como Influenza e Covid-19, também podem evoluir para a sepse.

Para reduzir os riscos, é importante que o tratamento da infecção ocorra de maneira rápida e efetiva. O diagnóstico deve ser feito com base na identificação do agente infeccioso e na realização de exames que ajudem nessa identificação, como hemograma, função renal, contagem de plaquetas, bilirrubinas e lactato, além dos exames de cultura para identificar micro-organismos. Os pacientes devem estar atento aos sintomas, sendo os principais:

  • Elevação da frequência cardíaca e respiratória;
  • Alteração do nível de consciência (confusão mental, desorientação etc.);
  • Hipoatividade ou letargia;
  • Pressão arterial baixa;
  • Desmaios;
  • Dificuldade para respirar;

Se a pessoa estiver com sinais ou diagnóstico de alguma infecção, ela deve ficar atenta a esses sintomas. Em caso de identificação de algum desses sinais, é necessário buscar atendimento médico-hospitalar com o máximo de urgência.

Tratamento rápido

Devido a gravidade da condição, a sepse exige um tratamento rápido, que acontece principalmente pela administração de antibióticos intravenosos e na promoção da estabilidade clínica do paciente, através de hidratação intravenosa. “Em situações de maior gravidade, com acometimento circulatório grave, o que chamamos de choque séptico, é necessária a utilização de medicações para estabilizar a pressão e, eventualmente, suporte respiratório com oxigênio”, esclarece o especialista.

Na Rede Mater Dei, o Pronto Socorro está apto a oferecer mais rapidez e eficiência na administração dos antibióticos necessários para esse tratamento. De acordo com o Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse (ILAS) o tempo médio necessário para a administração desses antibióticos é de 60 minutos. Na Rede Mater Dei, a aplicação mediana acontece em 51 minutos – oferecendo um atendimento mais rápido do que o solicitado pelos valores internacionais de referência.

O resultado disso é um menor tempo de permanência do paciente no hospital. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o tempo médio de permanência de pacientes com sepse nos hospitais privados é de 10 dias. A internação desses pacientes na Rede Mater Dei tem uma média de 8 dias de duração.

Além de um tratamento rápido, alguns hábitos podem ajudar a diminuir o risco da sepse, como: respeitar o calendário de vacinação infantil, higiene adequada das mãos e cuidados com equipamentos médicos, especialmente em unidades hospitalares. Além disso, é imperativo evitar a automedicação e o uso de antibióticos que não tenham sido receitados por um médico.

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