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DEPOIS DA VASSOURA-DE-BRUXA, NOVA PRAGA PODE ATINGIR AS REGIÕES CACAUEIRAS NO SUL DA BAHIA

Redação - 31/08/2023 17:00 - Atualizado 01/09/2023

Os cacauicultores brasileiros, que  na década de 80 tiveram seus plantios dizimados pela vassoura-de-bruxa,  estão agora preocupados com uma nova doença, que destruiu lavouras de cacau em países latino-americanos, e já entrou no Brasil. A doença é  a monilíase que ataca o cacaueiro em qualquer fase de desenvolvimento e é capaz de causar perdas de até 100% da produção.

A doença, embora ainda não tenha afetado regiões de cacau brasileiras, foi detectada, pela primeira vez no Brasil, em uma árvore de cupuaçu no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, em 2021.

Em novembro de 2022, o Ministério da Agricultura detectou focos pontuais no Amazonas em plantações não comerciais de cupuaçu e cacau. O Ministério da Agricultura reconhece que a chegada às regiões cacaueiras é questão de tempo.

Os cacauicultores da região Sul da Bahia, que viram suas plantações serem dizimadas pela  vassoura de bruxa no fim da década de 1980 dizem que  a região não vai aguentar  uma nova praga. A afirmação foi de Cláudia Sá, que  cultiva cacau em Itabuna, e , em entrevista ao Globo Rural,  se mostrou preocupada com a situação.

“A vassoura derrubou a produção das nossas fazendas em 80%. Chegamos a produzir 150 mil arrobas de cacau. Com dois anos de vassoura, caiu para 20 mil. Quem passou por isso, não quer passar por nada parecido”, diz ela.

Por ora, o Ministério encontrou focos em Estados que não produzem cacau comercialmente. O problema, dizem especialistas, é se a doença chegar ao Pará,  maior produtor nacional, com 146 mil toneladas, e a Bahia com 137 mil.

O especialista em cacau, Silvino Kruschewsky, da SK Agro, diz que se a doença chegar de forma abrangente a regiões de lavouras antigas de cacau, sem tecnologia suficiente para controle, com plantas altas, baixa densidade e baixa produtividade, a cadeia do cacau brasileiro não resistiria.

Na avaliação do especialista, a região cacaueira do Brasil é predominantemente suscetível ao fungo, já que a grande maioria das áreas ainda são cabrucas — sistema de plantação de cacau à sombra da mata— com baixa produtividade.

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