Os desembolsos de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 40,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa uma alta de 21,6% em relação a igual período de 2022. O crescimento ocorreu apesar do ambiente de altas taxas de juros e de o banco operar sem nenhuma forma de subsídio, destacou nesta quarta-feira (16), no Rio de Janeiro, o diretor financeiro da instituição, Alexandre Abreu.
Considerando os números do mês de julho, a expansão atingiu 31%, com desembolsos de R$ 50,2 bilhões. O aumento ocorreu em todos os setores econômicos, com expansão de 11% (indústria), 17% (infraestrutura), 21% (comércio e serviços) e 54% (agropecuária). As consultas, que constituem a fase anterior aos desembolsos, evoluíram 151% em comparação ao primeiro semestre do ano passado, alcançando R$ 126,8 bilhões.
“É o maior número que nós já tivemos na história de um semestre no banco até hoje”, disse Abreu. Destaque para as consultas para novos projetos de infraestrutura, tanto em valores (R$ 74,2 bilhões) quanto em taxa de crescimento (175%).
Para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), as aprovações de novas operações cresceram 53%, atingindo R$ 18,9 bilhões. Somando-se a isso os R$ 24 bilhões em novos financiamentos a MPMEs de outros agentes financeiros garantidos pelo BNDES, o apoio a esse segmento atingiu cerca de R$ 43 bilhões no semestre.
O lucro líquido do BNDES no primeiro semestre de 2023 somou R$ 9,5 bilhões, com lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões, com queda de 45% em comparação aos R$ 6,7 bilhões nos primeiros seis meses de 2022. O diretor financeiro afirmou que a queda reflete o impacto das devoluções antecipadas de recursos feitas ao Tesouro Nacional, no ano passado, que totalizaram R$ 72 bilhões.
Alexandre Abreu explicou que o principal motivo para a diferença entre o lucro contábil de R$ 9,5 bilhões e o lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões foram os dividendos pagos pela Petrobras no valor de R$ 4,8 bilhões.
“Apesar de o banco ser acionista da Petrobras e sempre vai ter dividendo, nós entendemos que a magnitude não deve se repetir. Por isso, ele foi tirado do lucro contábil e o lucro recorrente ficou sem esse valor. Os outros itens são menos importantes.”
O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 140,6 bilhões em 30 de junho de 2023, acréscimo de 7,1% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2022. O resultado decorre, principalmente, do lucro líquido do semestre, de R$ 9,5 bilhões.
Fonte: Agência Brasil – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil