Apesar de a taxa de realização de afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas ser sempre maior entre as mulheres do que entre os homens, há algumas situações em que essa diferença se reduz, e outras em que ela se acentua. Na Bahia, em 2022, a desigualdade por sexo na taxa, ou seja, no percentual de pessoas que realizavam afazeres e/ou cuidados, era menor quando elas se declaravam brancas (87,4% das mulheres brancas realizavam, frente a 72,9% dos homens); entre as pessoas mais instruídas (92,3% das mulheres com Ensino Superior completo realizavam, frente a 81,6% dos homens); ou quando as pessoas eram apontadas como responsáveis pelos domicílios em que residiam (94,1% para as mulheres nessa condição, frente a 84,5% para os homens).
Por outro lado, a desigualdade nesse indicador era maior entre as pessoas que se declaravam pardas (92,0% das mulheres realizavam afazeres/cuidados frente a 75,2% dos homens); quando tinham Ensino Fundamental completo a Médio incompleto (94,4% para as mulheres frente a 72,8% para os homens); e quando, no domicílio, as pessoas eram apontadas como filhas ou enteadas (86,3% das mulheres nessa condição realizavam afazeres e/ou cuidados frente a 61,8% dos homens).
Considerando só os afazeres domésticos realizados no próprio domicílio, também há diferentes graus de desigualdade entre as atividades mais executadas proporcionalmente por mulheres e homens.
Na Bahia, em 2022, as mulheres tinham uma maior taxa de realização de quase todos os afazeres domésticos. A única exceção era fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos, realizado por 29,7% das mulheres e 51,5% dos homens.
As maiores desigualdades por sexo, no estado, estavam em cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos, atividade realizada por 94,1% das mulheres e 58,6% dos homens; e em preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça, realizada por 95,6% das mulheres e 60,7% dos homens.
Por outro lado, os afazeres mais igualitários eram cuidar da organização do domicílio (pagar contas, contratar serviços, orientar empregados etc.), realizado por 71,2% das mulheres e 68,9% dos homens na Bahia; e cuidar dos animais domésticos, realizado por 46,5% das mulheres e 43,6% dos homens.
Já considerando só os cuidados com pessoas moradoras do mesmo domicílio, voltados majoritariamente para crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, embora a proporção de mulheres fosse maior em todas as atividades realizadas, a diferença em relação aos homens era muito menor no que dizia respeito a ler, jogar ou brincar (realizado por 73,9% das mulheres e 72,0% dos homens) e transportar ou acompanhar para escola, médico, exames, parque, praça, atividades sociais, culturais, esportivas ou religiosas (realizado por 66,5% das mulheres e 62,1% dos homens).
Por sua vez, as maiores diferenças por sexo estavam no auxílio com cuidados pessoais (realizado por 88,4% das mulheres e 68,6% dos homens) e com as atividades escolares (realizado por 70,0% das mulheres e 56,3% dos homens).
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil