O município de Itacimirim no litoral baiano está vivendo uma questão complicada. Segundo reportagem do Jornal Correio, o Fronteira Tropical Resort, faliu e deixou um império de dívidas no município. O empreendimento foi inaugurado em 1992, por um italiano de Nápoles, foi o primeiro hotel cinco estrelas do Litoral Norte baiano. O hotel, no coração de um dos principais destinos litorâneos da Bahia, acumula dívidas milionárias em 60 processos trabalhistas, calcula o Tribunal Superior do Trabalho. Contra Alfonso Maldari, o criador do hotel, são 31 ações ativas.
A trama se arrasta desde o fechamento do Fronteira, em 2008, e a lista de credores ainda inclui ex-fornecedores e a Prefeitura de Camaçari, cidade na Região Metropolitana de Salvador à qual Itacimirim pertence e que cobra R$ 5 milhões. No centro dessa briga está a indefinição quanto à posse do terreno onde foi construído o hotel. Em 2010, os herdeiros de Alfonso perderam, por decisão judicial, a propriedade de 170 mil m2 (15 campos de futebol), que serviria para quitar dívidas do hotel com a empresa que instalou o sistema de ar-condicionado.
Desde aquele ano, a decisão é questionada por herdeiros do empresário italiano – ou seja, a briga segue. O terreno do hotel está avaliado em R$ 27 milhões, mas não há placas que indiquem que ele está à venda. O italiano Alfonso Maldari morreu em 2010, antes de ver a destruição do Fronteira. O empresário provoca sentimentos contraditórios em que conviveu com ele. O estrangeiro, acusado de agressão física e verbal a funcionários, é o mesmo que já expulsou hóspedes que destrataram garçons da piscina. “O hotel era a vida dele”, diz um ex-funcionário. Quanto a isso, todos concordam. Eles também têm opiniões semelhantes sobre os motivos para o hotel ter tido aquele fim.
Da portaria do hotel, é possível ver estruturas amarelas arruinadas. Um segurança impede a reportagem de entrar no resort, onde os hóspedes eram recepcionados por uma placa com “boas-vindas” em cinco idiomas – entre eles o italiano “benvenuti”. O homem não informa para quem trabalha. À distância, quatro ex-funcionários do Fronteira mostram onde funcionava cada coisa no hotel onde aprenderam a trabalhar com turismo e do qual saíram sem respostas. Esta é a história de um italiano que chegou ao Litoral Norte decidido a criar um império turístico – e deixou para trás um império de dívidas. (Correio)
Crédito: Reprodução/Facebook Fronteira Resort