O dia do agricultor é uma data importante para a Bahia. No estado, quase 80% da agricultura realizada é familiar. Segundo reportagem do Jornal A tarde, cerca de 700 mil famílias, somando aproximadamente três milhões de pessoas praticam agricultura familiar no estado. No estado, 77,8% dos estabelecimentos rurais se enquadram na agricultura familiar, pelas dimensões das áreas e pelo sistema de organização social, cultural, econômico e ambiental, em pequenas propriedades com gerenciamento e mão de obra dos próprios membros da família.
De acordo com a última divulgação da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (Sei) sobre o segmento, a riqueza gerada pela AF correspondeu a 32% do valor gerado da agropecuária em 2018 no estado. Em 2016 chegou a 44,1%. O último Censo Agropecuário aconteceu em 2017 e um novo recenseamento do setor ainda não tem data definida. Para atender este segmento foi anunciado esta semana o Plano Safra da AF 2023/24 para a Bahia, com um valor R$ 3 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), retomando o programa com recursos específicos que estão sendo disponibilizados pelos Bancos do Brasil e do Nordeste.
“Através de crédito, assistência técnica e apoio com projetos e programas específicos, a atividade garante melhoria na qualidade de vida dos moradores da zona rural em diferentes regiões do estado e do Brasil”, afirma o professor Gilmar Tromoski, acrescentando que acompanha algumas iniciativas “e temos tido resultados exitosos”, comemora.
Neste contexto, o estado lançou ainda o projeto Bahia que Produz e Alimenta, somando R$ 750 milhões, que serão administrados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O propósito é alcançar 30 mil famílias. Com uso de novas tecnologias no campo e focado na produção agroecológica, o projeto tem ligação com o programa Bahia Sem Fome e visa mapear as pessoas em insegurança alimentar. “Estamos construindo condições favoráveis para que estas pessoas voltem ao setor produtivo”, afirma o diretor-presidente da CAR, Joseandro Ribeiro.
Animado com o trabalho já desenvolvido e com as novas perspectivas, o presidente da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes Bahia), Ícaro Rennê, pontua que “as cooperativas vão produzir com ainda mais qualidade, para que o alimento chegue na mesas dos brasileiros e renda aos trabalhadores”. Entre outras iniciativas, 402 agroindústrias familiares serão apoiadas. No total serão mais de 600 organizações produtivas da AF e uma estimativa de 50 mil beneficiários diretos com melhoria e ampliação de infraestrutura, serviços e integração das associações produtivas aos mercados.
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