A Bahia é o maior produtor de sisal do Brasil, dos 10 municípios que mais produziram sisal em 2021, nove são baianos, de acordo com o IBGE. Segundo a Rede Asa (Articulação Semiárido Brasileiro), o estado é responsável por 95% de toda a produção mundial. Estima-se que a produção da fibra de sisal aproxima-se de 140 mil toneladas ano, tendo os municípios de Conceição do Coité, Santaluz, Valente, Araci, dentre os mais importantes em termos de produção.
Diante disso, uma reunião entre integrantes do Senai Cimatec – liderados pelo diretor de Tecnologia e Inovação, Leone Andrade, e o gerente executivo André Oliveira – e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenados pelo professor Gonçalo Pereira, marcou o início do desenvolvimento do Projeto Arrakis, integrante do Programa Brazilian Agave Development (BRAVE).
O projeto é pioneiro, e visa a construir uma biorrefinaria de sisal, partindo da integração de tecnologias já existentes, criando uma unidade para produção de fibra, biogás e biofertilizante, em um primeiro momento, e avançando para a produção de biochar, ração animal, químicos e outros biocombustíveis em etapas posteriores. O plano também prevê usar a água capturada pelas plantas do agave (sisal) para autoirrigação do sistema.
“Trata-se de uma revolução que está sendo conduzida a partir do Programa BRAVE, uma parceria entre a academia (Unicamp, UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia -, USP – Universidade de São Paulo -, Unesp – Universidade Estadual Paulista), o Senai Cimatec e a Shell, que participa com os recursos de inovação (ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), com o propósito e aporte intelectual”, afirma Gonçalo Pereira.
Grandes empresas, como Petrobahia, Ocyan, Casa dos Ventos Energias Renováveis e Geo Biogas & Tech, demonstraram interesse no projeto para estruturar a planta-piloto da biorrefinaria que poderá ser replicada por todo o Sertão brasileiro, produzindo bioenergia e empregos, com sustentabilidade ambiental e social.
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