Denúncia acontece após várias alterações na licença ambiental; apelo é para que a licença seja suspensa e as obras paralizadas.
Moradores, associações e ambientalistas dos municípios de Urandi, Jacaraci e Licínio de Almeida denunciaram ao Ministério Público da Bahia (MPBA) a construção de um parque eólico na região que fica no sudoeste do Estado da Bahia. O pedido é para que o MP suspenda as licenças ambientais emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) que autorizou a construção do um parque.
O requerimento indica que o projeto está resultando na migração de aves e tem apresentado riscos de extinção para várias espécies que já estão ameaçadas, incluindo o macaco guariba ou bugio preto, espécie que, atualmente, vive em uma área preservada conhecida como Barragem do Guariba. Os protestantes também têm alegado que, de acordo com o parecer técnico para a licença, o empreendimento atinge uma Área de Preservação Permanente de nascentes e rios das bacias hidrográficas do Rio Verde Grande e do Rio de Contas.
Licença modificada
A autorização ambiental que liberou a construção foi concedida em 2015. Ao longo de 13 anos passou por duas alterações após a ocorrência de duas portarias feitas em 2016 e 2021. A primeira promoveu o aumento do tamanho da área afetada e mais que dobrou a quantidade de turbinas eólicas, saindo das então previstas 81 turbinas para 168, enquanto a segunda, promoveu ainda mais o aumento na quantidade de turbinas a serem construídas que, dessa vez, subiu para 233 unidades, quase o triplo da quantidade de aerogeradores inicial.
De acordo a empresa responsável, a PEC Energia, o Complexo Eólico teve um investimento de R$ 2 bilhões e a produção de energia será suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 3,2 milhões de habitantes por pelo menos 20 anos. Procurados, nem a PEC Energia e nem o Inema se posicionaram até o fechamento e publicação desta matéria.
Foto: Divulgação/PEC Energia
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