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HADDAD SOBE O TOM E DIZ QUE COPOM CRIA PROBLEMAS MANTENDO TAXA SELIC

João Paulo - 23/06/2023 14:30

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad criticou a decisão do Banco Central (BC) de não indicar o início da queda dos juros no país. Segundo o ministro, em entrevista a Agência Brasil, a conduta do BC traz problemas para o futuro, como aumento de inflação e de carga tributária. Além de criticar a manutenção da Taxa Selic em 13,75% ao ano  pela sétima vez seguida, o ministro considerou “muito ruim” o tom do comunicado emitido pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

“Nós estamos contratando um problema com essa taxa de juros. É isso que essa decisão significa. Está contratando inflação futura e aumento da carga tributária futura. É isso que está sendo contratado”, disse Haddad em Paris, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem oficial.

No comunicado, o Copom indicou que ainda existem riscos sobre a inflação, como eventuais pressões globais sobre os preços e incertezas “residuais” sobre a votação do arcabouço fiscal. Diferentemente das últimas reuniões, foi retirada a frase que afirmava que o Banco Central poderia voltar a elevar os juros caso a inflação subisse, mas a autoridade monetária não informou se e nem quando pretende cortar a Selic.

Para Haddad, o Copom poderia informar ou ao menos indicar quando começará a reduzir os juros. Segundo o ministro, existe um descompasso entre a avaliação do Banco Central e os dados econômicos que apontam forte desaceleração da inflação, o que preocupa o Ministério da Fazenda.

“O comunicado, como de hábito, é o quarto comunicado muito ruim. Todos foram ruins. E às vezes ele corrige na ata [divulgada seis dias após a reunião do Copom], mas não alivia a situação. Há um descompasso entre o que está acontecendo com o dólar, com a curva de juros, com a atividade econômica. É um claro sinal de que podíamos sinalizar um corte na Taxa Selic”, continuou a criticar Haddad.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

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