Em entrevista ao Jornal Bahia no Ar, da Rádio Metrópole, o deputado federal Elmar Nascimento (UB) disse que a falta de “compreensão” da ala petista baiana, ao barrar seu nome para um ministério no governo do presidente Lula (PT), refletiu “em algumas posturas” da bancada do União Brasil, que não tem apoiado tanto o Governo Federal em votações na Câmara, em Brasília.
“O presidente me chamou e também os líderes do União Brasil. Nesse momento, disse ter absoluta percepção de que a sociedade sinalizava para a necessidade do governo ampliar sua base de apoio, e começou a negociar com aqueles partidos que também não apoiavam Jair Bolsonaro. Os ditos independentes: União Brasil, PSD e MDB. Graças a generosidade de minha bancada fui indicado para assumir um cargo ministerial. Mas, era um pouco contraditório eu ser indicado sabendo da questão da complexidade da política local da Bahia. Houve uma repercussão muito grande, e é natural que a ala cobrasse esse espaço no governo, já que ajudaram a eleger Lula”, opinou.
Contudo, o líder do União Brasil na Câmara argumentou que a legenda atua pelo desenvolvimento do Brasil, mesmo que isso signifique estar no mesmo lado petista nas votações.
“Muita gente critica que o União não tem votado com o governo, o que absolutamente não é verdade. É claro que tem coisas que nos distanciam, como o Marco Temporal, que tinha como relator o nosso deputado, Arthur Maia. A questão do decreto do saneamento que não concordamos porque tinham matérias já aprovadas pelo Congresso também é outro exemplo. Mas, fora isso, a gente esteve junto com o governo nas principais matérias”, explica.
Elmar comentou sobre a reunião que teve com o presidente Lula, as vésperas da votação que aprovou a MP dos Ministérios, na última semana. Segundo o deputado baiano, já há uma melhora nas articulações entre Planalto e Câmara.
“Já descemos do palanque há muito tempo, se não fosse para trabalhar pelo país não teríamos feito uma reunião de mais de 3h com o presidente Lula. Mas isso é importante, já sinto melhoras nas articulações após essa conversa”, finalizou.
Sobre as eleições municipais de 2024, Elmar falou sobre as críticas que tem feito à comunicação do colega de partido e prefeito de Salvador, Bruno Reis. Segundo ele, as ponderações já foram apresentadas ao próprio gestor municipal, que deve buscar a reeleição em outubro.
“Quando um prefeito concorre à reeleição é uma questão plebiscitária, em que a população vota para manter o prefeito quando está satisfeito, ou quando não está vota para mudar. Como Bruno é um grande prefeito e tem feito uma bela administração, eu espero que a população de Salvador, faça o mesmo da eleição estadual de 2022, quando a cidade votou expressivamente no nosso partido. A única coisa que já precisa ser ajustada, já que eles [oposição] fazem muito bem, é sua comunicação, para que ele possa mostrar suas qualidades próprias e o qualifique como líder importante no nosso estado e em nossa cidade”, opinou.
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
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