De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência, o número de cuidadores de idosos saiu de 5.263 em 2011, para 34.051 em 2020, um crescimento de 547%.
A profissão de cuidador de idosos é tida como promissora porque a população brasileira envelhece em ritmo acelerado, mas não com qualidade de vida, o que pode causar, no futuro, um maior número de pessoas que precisarão de necessidades especiais, como acredita o médico e especialista em gerontologia, Júlio Camelo em entrevista ao Jornal Correio.
“É um fenômeno que não vemos apenas no Brasil, o envelhecimento da população já é uma realidade em diversos países. No nosso, como se trata de algo considerado novo, não estamos preparados, no sentido de políticas públicas, para garantir que essas pessoas ultrapassem os 60, 70, 80 anos, bem. Além disso, naturalmente, no que diz respeito à questão da própria natureza humana, com o passar do tempo, necessitamos de uma atenção maior. Mas há outra inquietação: estamos cada vez mais ocupados com os nossos ofícios, teremos tempo para dar todo o suporte que nosso familiar idoso necessita ou essa responsabilidade poderá ser compartilhada com um profissional?”, questiona Camelo.
De acordo com o IBGE, em 2021, a população brasileira era de cerca de 212,5 milhões de pessoas. Desse total, 21,6 milhões tinham 65 anos ou mais, o que representa 10,2%. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima, por sua vez, que em 2050, os idosos representarão 30% da população.
A profissão de cuidador de idosos ainda não é regulamentada, mas, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que identifica e especifica os postos do mercado de trabalho brasileiro, o profissional deve ser formado em cursos com carga horária de 80/160 horas, ter acima de 18 anos e ensino fundamental completo. Além disso, informa o Ministério do Trabalho, “o acesso ao emprego também ocorre por meio de cursos e treinamentos de formação profissional básica, concomitante ou após a formação mínima que varia da quarta série do ensino fundamental até o ensino médio.”
Sem regulamentação, não há piso salarial, mas, segundo levantamento da Catcho, site de vagas de emprego, a remuneração mensal pode variar em todo o Brasil entre R$ 900 a R$ 1.800. Em raros casos, tratando-se de empresas especializadas em cuidados ao idoso, o salário chega a R$ 3.000.
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