“O sindicato não vai discutir este tema, se o prefeito continuar insistindo nessa proposta aí sim a cidade terá protesto todos os dias, terá greve”, afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários
Uma das pautas dos Rodoviários de Salvador, em sua campanha salarial, é a não extinção dos cobradores no transporte público da capital baiana. Nesta terça (16), o secretário municipal de Mobilidade, Fabrizzio Muller, afirmou, em entrevista à Rádio Metropole, que a função de cobrador é “obsoleta”, defendendo o fim da função. Sobre o assunto, Muller disse que estudos têm sido feitos para avaliar a “redução de despesas” para que “a tarifa seja reduzida”.
“Cobrador é uma função obsoleta para aquele trabalho que é feito hoje. O recebimento em dinheiro dos ônibus talvez não chegue nem ao salário do cobrador. Hoje, existe um processo de revisão tarifária e estão sendo feitos estudos para redução de despesas para que a tarifa seja reduzida”, disse o secretário.
O vereador Tiago Ferreira (PT), presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, rebateu as declarações feitas pelo secretário de Mobilidade, afirmando que a categoria se recusa a discutir a proposta de extinção do posto de cobrador de ônibus. Além disso, prometeu protestos diários, caso a função seja extinta em Salvador.
“O sindicato não vai discutir este tema, se o prefeito continuar insistindo nessa proposta aí sim a cidade terá protesto todos os dias, terá greve, isso será inevitável, porque o papel do sindicato é lutar pelos interesses dos trabalhadores. Nós não vamos ficar de joelho para uma gestão que quer tirar mais de 5 mil postos de trabalho como forma de solucionar o problema […]. Nós entendemos que Salvador é uma capital que é dos serviços, da cultura, do comércio, [mas] não gera emprego, portanto retirar postos de trabalho de mais de 5 mil pais de família não é [algo] nem para se discutir”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Metropole.
Durante a sessão de votação na Câmara Municipal de Salvador (CMS), o vereador Arnando Lessa (PT), também criticou a fala de Fabrizzio Muller. O vereador petista classificou ainda o posicionamento do secretário como “lamentável” e destacou que a Câmara deveria se organizar para “dar uma resposta” à declaração.
“O que seria de nós com essa visão da secretaria, totalmente incompreensível, de tratar uma categoria com serviço totalmente relevante para a cidade como obsoleta?”, questionou o vereador.
Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO
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