O receio de mais bancos médios e pequenos com problemas nos Estados Unidos volta a derrubar os índices de ações em Nova York e os juros americanos, influenciando negativamente todos os demais mercados.
O banco californiano PacWest está no centro das atenções e sua ação perde 57%, levando junto os demais bancos regionais, cujo índice setorial S&P Regional Bank perde 9,3%. O índice do medo, o VIX, sobe 11,7%, indicando maior aversão ao risco no mercado americano. Apesar do Federal Reserve, o banco central americano, reafirmar ontem que o sistema bancário dos EUA segue forte e saudável, os investidores temem novas intervenções, que não preservam os acionistas e acabam zerando o valor das ações dessas instituições.
O Dow Jones está em queda pelo quarto pregão seguido e recua 1,16%, reflexo do peso maior dos bancos em sua carteira, enquanto o S&P500 perde 0,9% e o Nasdaq, 0,7%. Os investidores se preparam também para o resultado da Apple hoje, depois do fechamento, que deve mostrar queda nos lucros no primeiro trimestre em relação ao ano passado, mas com um generoso pacote de recompras de mais de US$ 90 bilhões, o que impede uma queda maior do setor de tecnologia. A queda dos juros provocada pelo receio com os bancos também ajuda o setor de tecnologia.
Os rendimentos dos títulos de dois anos do Tesouro americano perdem 0,14 ponto percentual, para 3,80%, e o de dez anos, 0,07 ponto, para 3,33%, com a expectativa de que a crise bancária levará a uma redução na oferta de crédito e ajudará a desacelerar a economia a ponto de fazer o Fed antecipar o ciclo de redução dos juros. O dólar também perdeu força diante das principais moedas e o índice DXY reverteu a alta e recua 0,02%. O petróleo voltou a cair e o tipo Brent, referência mundial, perde 0,8%, para US$ 71,64 o barril, enquanto o americano WTI recua 1,4%, para US$ 67,62 o barril com o receio do impacto da crise bancária na atividade e no consumo.
No Brasil, o Índice Bovespa ensaiou uma recuperação, chegando a subir 1%, atingindo 103 mil pontos, mas devolveu os ganhos após a abertura de Nova York e agora cai 0,12%. Vale lidera a pressão negativa sobre o índice, com perda de mais de 2%, acompanhando o recuo do minério de ferro na China para menos de US$ 100,00 a tonelada, o que derruba também as siderúrgicas. Os bancos não têm uma tendência única, com Itaú Unibanco em queda de 0,40% enquanto Bradesco, que divulga seu balanço hoje após o fechamento, em alta de 1,75%.
Petrobras, que ontem divulgou dados operacionais do primeiro trimestre dentro do esperado pelo mercado, sobe 0,5%. Embraer, que divulgou seu balanço hoje pela manhã, lidera as quedas do índice, com 9% de baixa, seguida de CSN com -4,90%. As altas são lideradas por Ultrapar, com ganho de 7,5%, MRV, beneficiada pela queda dos juros, com 4,5%, e Dexco, com 3,8%. O dólar futuro sobe 0,5%, para R$ 5,047, enquanto os juros futuros recuam na B3, acompanhando o exterior. A projeção para janeiro de 2025 cai 0,11 ponto, para 11,75%, com queda parecida para os demais anos até 2030.
Foto: Nasdaq (Imagem: Divulgação)
Fonte: Minuto Touro de Ouro
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