Gestor do Banco Central gostou do esforço do governo e afirmou que não gosta de manter juros altos, mas que precisa seguir o “canal de expectativas”.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez uma avaliação sobre a proposta de arcabouço fiscal apresentada na semana passada pela equipe econômica do Governo Federal e “indicou” que é uma ação superpositiva.
Segundo o portal da Revista Exame, Campos Neto disse que “está sendo feito um esforço grande por parte do governo” na gestão de gasto. Essa fala foi dada no início da tarde desta quarta (5), durante evento da Esfera Brasil.
Para o gestor do BC, há uma ansiedade no mercado pelo corte de despesas, mas também existe um problema estrutural no Brasil para reduzir gastos. “Não é desse governo, é de muitos e muitos anos”, justificou Campos Neto.
Em seguida, o economista ainda continua falando sobre o assunto e elogiou os esforços do Governo Federal, com a inclusão do Arcabouço Fiscal. “Quando a gente olha o governo dizer que vai crescer, no mínimo, 0,6% real os gastos, […] tem algum esforço envolvido nisso”, disse o presidente do BC.
De acordo com formato divulgado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e Orçamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, respectivamente, o arcabouço fiscal tem como meta um déficit este ano de R$ 100 bilhões, que é cerca de 50% do montante previsto na lei orçamentária, além de uma neutralidade fiscal em 2024 e superávits de 0,5% e 1% do PIB em 2025 e 2026.
A proposta ainda prevê que os gastos podem crescer acima da inflação em 70% da variação das receitas, com mínimo de 0,6% e teto de 2,5%. O texto desse projeto deve ser enviado na próxima semana para o Congresso Nacional.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil