A divulgação da taxa básica de juros em 13.75% feita pelo Banco Central e o argumento que a taxa pode continuar subindo fez com que o governo ligasse alerta para algumas questões como os gastos públicos.
Mesmo com a alta cúpula do presidente Luis Inácio Lula da Silva atando o BC pela manutenção da taxa medidas já começaram a ser tomadas internamente.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta quinta-feira (23) que o déficit nas contas do governo para este ano deve ficar em torno de R$ 120 bilhões. O déficit primário considera que as despesas ficarão acima das receitas, mesmo antes do pagamento de juros da dívida pública.
A previsão de rombo fiscal da ministra para 2023 está acima do valor divulgado pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda. As pastas estimaram, por meio de relatório, que o resultado negativo seria menor, em R$ 107,6 bilhões. Esse valor engloba o pacote de medidas anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro deste ano – focado principalmente em medidas de aumento da arrecadação (como um novo Refis e a volta do voto de qualidade no Carf).
De acordo com a ministra, o relatório divulgado ontem pela área econômica não considerava, ainda, o reajuste do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320, previsto para acontecer a partir de maio deste ano. O valor já foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2022, as contas do governo registraram um superávit de R$ 54,1 bilhões. Foi o primeiro resultado positivo em oito anos.
O Orçamento de 2023 previa, originalmente, um rombo de cerca de R$ 230 bilhões. “É uma projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos de que o déficit fiscal no Brasil não se encerrará com R$ 230 bilhões, mas algo em torno, agora, com essa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo em torno de mais alguns gastos, em R$ 120 bilhões”, disse a ministra.
Fonte: g1
Foto: Nelson Almeida / AFP