As bolsas de valores estão em ligeira alta na Europa e nos Estados Unidos, recuperando parte das perdas de ontem, com os investidores avaliando se o socorro de US$ 54 bilhões do Banco Nacional da Suíça para o Credit Suisse será suficiente para evitar uma crise no sistema financeiro global.
Hoje, grandes bancos americanos teriam indicado que vão ajudar bancos de menor porte, em especial o First Republic, o mais atingido pela aversão ao risco no mercado. Os investidores analisam também a decisão do Banco Central Europeu, que manteve hoje o curso de sua política monetária e subiu os juros em 0,50 ponto, apesar do terremoto que atingiu o sistema bancário europeu ontem e que teve como epicentro o CS.
A decisão serve de indicador do que o Federal Reserve, o banco central americano, deve fazer em sua reunião da semana que vem. Em seu comunicado, o BCE afirmou que o sistema financeiro da região é resiliente, com posições fortes de capital e liquidez, indicando que a crise não impediria novas altas do juro para combater a inflação, que conforme as projeções do banco vai continuar alta ainda por muito tempo.
Mas o recado mais importante do BCE sobre a nova crise veio no que ele deixou de dizer, ao não mencionar em seu comunicado os próximos passos da política monetária, evitando se comprometer com novas altas diante da incerteza com os impactos da crise bancária na atividade.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, admitiu as próximas altas do juro dependerão dos indicadores, reforçando, porém, a necessidade de controlar a inflação e garantindo que o banco atuará se for preciso para estabilizar o sistema financeiro. As declarações ajudaram as bolsas europeias a manterem a alta, com índice Euro Stoxx 600 subindo 0,96%. Apesar do bom humor de hoje, a expectativa é que os mercados permaneçam muito instáveis, com os investidores mais cautelosos, reduzindo posições e evitando riscos.
Hoje, o Dow Jones oscila entre altas e baixas, agora com alta de 0,17%, o S&P500, de 0,72% e no Nasdaq, de 1,71%, com o setor de tecnologia beneficiado pela queda dos juros longos. O rendimento dos papéis do Tesouro americano de dez anos cai 0,03 ponto percentual, para 3,455% ao ano, enquanto o de dois anos sobe, 0,11 ponto percentual, para 4,09%, indicando maior aperto monetário no curto prazo.
A expectativa de juro maior é reforçada pelos pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos, de 192 mil, abaixo dos 205 mil esperados e que os 211 da semana anterior, indicando um mercado de trabalho ainda apertado e pressionando a inflação. O dólar cai diante das principais moedas, com o índice DXY recua 0,20%, devolvendo parte da alta de ontem. No Brasil, o Índice Bovespa ensaia alta, com ganho de 0,3%, aos 103.021 pontos, com a recuperação dos bancos e das commodities. A exceção é Petrobras, que segue em baixa, acompanhando o petróleo. Já o dólar sobe 0,3%, negociado a R$ 5,311, e os juros futuros sobem nos prazos mais curtos, aguardando o novo arcabouço fiscal.
Fonte: Minuto Touro
Foto: Foto: EFE/EPA/GEORGE NIKITIN
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