Uma queda agressiva do banco Credit Suisse está puxando os índices europeus para o menor patamar de 2023. Os principais fatores que tombam as bolsas são resultados decepcionantes do setor varejista e um movimento de correção por parte dos investidores.
Mas há uma forte contaminação dos índices por receio dos investidores com o sistema bancário internacional. Os papéis do banco Credit Suisse entraram em queda livre de mais de 20%, com notícias que renovaram receios de uma crise no setor financeiro internacional, depois da quebra de dois bancos americanos nos últimos dias.
O tombo veio da notícia de que Saudi National Bank, da Arábia Saudita, não pretende aportar mais dinheiro no Credit Suisse, o que poderia ajudar as finanças da companhia. O presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, à Reuters disse que não pode ultrapassar seu patamar societário “que hoje é de cerca de 10% “devido a uma questão regulatória”.
Depois de resultados ruins apresentados no trimestre passado, seu principal acionista, o Saudi National Bank, da Arábia Saudita, anunciou que não vai apoiar a instituição com um aumento de sua participação no capital. O mercado está receoso sobre as dificuldades da instituição financeira para estabilizar suas operações. Depois dos resultados do trimestre passado, o Credit Suisse declarou ter identificado “fraquezas significativas” em função de controles internos ineficientes.
Apesar disso, a instituição financeira afirmou que as demonstrações financeiras “representam razoavelmente, em todos os aspectos relevantes, a condição financeira consolidada do grupo”. Outros bancos europeus, como BNP Paribas e Deutsche Bank, também seguem o clima ruim e têm quedas relevantes, de cerca de 10%.
Varejo em queda
A Inditex e da H&M, duas das maiores companhias de moda do mundo, pressionaram os índices. O pessimismo sobre os resultados das varejistas europeias ofuscava as esperanças de aumentos menores das taxas de juros. Com os juros mais altos, o mercado de renda variável fica menos atrativo se comparado com a renda fixa. Já a correção diária acontece após um movimento de valorização das ações na véspera. Com a valorização dos papéis na terça-feira, os acionistas optaram por desmontar posições e realizar lucro nesta manhã.
No último pregão, os ativos europeus registraram maior ganho em um único dia em quase três meses, ajudadas por uma perspectiva resiliente para o setor bancário da região em face do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e o crescente otimismo com uma desaceleração nas altas de juros do Federal Reserve.
Veja o desempenho dos índices por volta das 8h, desta quarta-feira:
Foto: Reuters
Fonte: g1