O presidente do banco central americano, o Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou em depoimento no Senado americano que serão divulgados dados econômicos importantes antes da reunião de juros de 21 e 22 de março e que o Fed examinará atentamente esses dados para tomar a decisão sobre a taxa.
Ele reforçou que a decisão sobre os juros ainda não está tomada. Powell se referia indiretamente aos dados de emprego americano que saem na sexta-feira e às especulações do mercado sobre o Fed subir mais os juros que o 0,25 ponto da reunião de fevereiro. O mercado americano passou a projetar um aumento de 0,50 ponto após as declarações de Powell ao Senado americano. Powell afirmou que espera que os juros americanos fiquem altos por algum tempo, para reduzir a inflação do setor de serviços, que representa a maior parte da economia americana e dos índices de inflação.
Segundo ele, levará algum tempo para ter algum impacto dos juros sobre o setor de serviços, que é menos sensível à taxa de juros. O presidente do Fed defendeu a manutenção da meta de inflação americana em 2,0% ao ano e se mostrou contra um aumento do percentual sugerido por alguns economistas. Segundo ele, há confiança na estabilidade da inflação americana no longo prazo porque as pessoas sabem que o Fed tem uma meta e que ela será cumprida.
Mudar a meta oportunisticamente prejudicaria essa confiança, disse. Powell afirmou também que o atual nível de endividamento do governo americano é sustentável, mas o ritmo de crescimento da dívida é maior que o da economia o que a torna insustentável no longo prazo. Ele rebateu as críticas sobre o aumento do desemprego provocado pela alta dos juros, que segundo senadores americanos pode levar a mais dois milhões desempregados até o fim deste ano, afirmando que o Fed não tem um objetivo para a taxa de desemprego, hoje em um dos níveis mais baixos da história, e que permitir a alta da inflação prejudicaria todos os trabalhadores americanos.
As bolsas americanas estão em queda e o índice Dow Jones recua 1%. O S&P500 perde 0,86% e o Nasdaq, 0,40%. O dólar segue em alta diante das principais moedas, com o índice DXY avançando 0,90%, e o rendimento dos títulos do Tesouro americano mais curtos avançam, com o papel de dois anos no maior nível desde 2007, a 4,97%, enquanto os longos caem. No Brasil, o Índice Bovespa recua 0,8%, para 103.852 pontos, e o dólar futuro sobe 0,25%, para R$ 5,208. Os juros futuros sobem, mais acentuadamente nos prazos mais longos.
Fonte: Minuto Touro
Foto: Tom Williams-Pool/Getty Images