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ARMANDO AVENA : A INFLAÇÃO, OS JUROS E O VOO DA GALINHA – JORNAL A TARDE

Redação - 09/02/2023 08:20 - Atualizado 09/02/2023

Veja o artigo do economista Armando Avena no jornal A Tarde

Indagam-me se é possível um país aceitar um patamar mais alto de inflação em troca de um maior nível de crescimento econômico. A resposta é um rotundo não. Não existe a possibilidade de viabilizar inflação e crescimento sustentado, pois esse mix resulta sempre num voo de galinha e na desestruturação da economia. Isso sem falar que a inflação vai atingir muito mais a população pobre, pois os ricos se protegem na renda fixa. O mix de inflação e crescimento econômico gera o famoso vôo de galinha: a economia alça os ares por algum tempo e depois se estatela no chão. O símbolo da inflação é o dragão e ela, efetivamente, cospe fogo pela boca, incendiando tudo, e o processo é o seguinte:  se o  governo gasta mais do que arrecada , a demanda fica aquecida, reduz o desemprego e o empresário encontra espaço para aumentar preços sem que haja redução nas vendas. Com o aumento de preços, os trabalhadores perdem poder aquisitivo e mobilizam-se para conseguir aumentos de salários  que, sancionados, aumentam os custos de produção das empresas que, por sua vez, voltam a aumentar os preços. Está estabelecido o diabólico círculo vicioso da inflação. Dito isso vem uma máxima da ciência econômica: para que a inflação caia tem de haver recessão ou pelo menos redução da demanda. É por esse motivo que o Banco Central aumenta os juros, para tornar o crédito caro, estimular os consumidores a poupar ao invés de consumir e assim reduzir a demanda. O Banco Central aumentou os juros para 13,75% e com isso fez a inflação cair. O problema é que isso só não basta, pois as expectativas têm um papel preponderante na ação dos agentes econômicos. Assim, se o governo acena com a possibilidade de gastar mais do que arrecada, o mercado fica temeroso, acha que o governo está sancionando um certo grau de inflação e aí as previsões inflacionárias sobem. No Brasil essas previsões indicam inflação de 5,78% para 2023, bem acima do teto da meta. Como a previsão é de alta, as taxas de juros futuras aumentam, pois os agentes acreditam que o Banco Central terá de elevar ainda mais a taxa Selic. Isso tudo significa que  a política fiscal, que é comandada pelo governo, tem que estar em consonância com a política econômica, que é comandada pelo Banco Central. O Banco Central está agindo corretamente e aumentou os juros até o limite, sendo absurdo propor novos aumentos, mas, ao mesmo tempo, ainda não pode iniciar o ciclo de queda, pois não há regra fiscal definida. Em outras palavras: não adianta ficar atacando o Banco Central, pois qualquer um que dirija essa instituição, e não seja um heterodoxo porra louca, vai manter os juros altos até saber qual é a política fiscal. Assim, o Ministro Fernando Haddad tem de correr para apresentar uma proposta de regra fiscal e sinalizar com outras medidas de contenção de gastos e o presidente do Banco Central, Roberto Campos, tem de passar a negociar quedas nos juros à medida que a gestão fiscal mostra austeridade. Simples, assim! O resto é populismo econômico e o Brasil está cansado dele.

                      A MOVIMENTAÇÃO NO AEROPORTO DE SALVADOR

A movimentação de passageiros no aeroporto internacional de Salvador em 2022  foi de 6,2 milhões de passageiros, representando um crescimento de 18,3% em relação a 2021. Salvador ocupa  o 2º lugar no ranking do Nordeste, atrás do aeroporto de Recife com 8,3 milhões de passageiros,  e o 8º lugar entre os maiores do país. O aeroporto de Salvador, assim como todos os demais do país, ainda não alcançou a movimentação pré-pandemia que foi de 6,8 milhões de passageiros em 2019. O Aeroporto de Fortaleza lidera o ranking de embarque e desembarques internacionais, com Salvador vindo em segundo.  O aeroporto de Porto Seguro recebeu 1,9 milhões de passageiros, um crescimento de 34%. Dados são da Anac.

                                A BAHIA E A MINERAÇÃO

 Até 2027, estão previstos investimentos em mineração e logística na Bahia no montante de US$ 10 bilhões. Esse volume só é menor do que o previsto para os estados do Pará e Minas Gerais. Aliás, esses três estados somados vão ficar com  82% do investimento brasileiro em mineração e logística voltado para o setor. A produção brasileira de minérios em 2022 foi de 1,05 bilhão de toneladas e os maiores estados produtores de minérios do Brasil, Minas Gerais e Pará, observaram queda no faturamento, mas na Bahia o faturamento cresceu 7%. Na arrecadação do imposto  mineral, a Bahia aparece em 4º lugar  e caminha célere para ser a 3ª maior província mineral do país. Os dados são do IBRAM.

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