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FMI MELHORA PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DO BRASIL E DO MUNDO EM 2023

Redação - 31/01/2023 13:00 - Atualizado 31/01/2023

O Fundo Monetário Internacional elevou a projeção para o crescimento do Brasil e do mundo em seu relatório Cenário Econômico Mundial, mas o país segue com um dos piores desempenhos entre seus pares.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro passou de 1,0% esperado em outubro para 1,2% para este ano, mas piorou para 2024, de 1,9% para 1,5%. Apesar da melhora, o crescimento esperado para o Brasil representa uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,1% esperados para 2022 e é um dos mais baixos entre os principais países emergentes, acima apenas da Rússia, que deve crescer 0,3% este ano, e empatando com a África do Sul, que também deve crescer 1,2%.

Já para 2024, o Brasil está acima apenas da África do Sul, com expectativa de crescimento de 1,3%. Segundo o FMI, a melhora para o Brasil veio da demanda doméstica mais forte que o esperado, crescimento acima do previsto de países parceiros, como a China e incentivos fiscais mais fortes. A melhora da projeção para o Brasil neste ano acompanha ainda a perspectiva para o crescimento global do FMI, que passou de 2,7% para 2,9%, mas recuou de 3,2% para 3,1% no ano que vem.

O desempenho global será menor neste ano que os 3,4% de 2022, e abaixo da média histórica de 3,8% registrados entre os anos 2000 e 2019, segundo o FMI. O fundo atribuiu o menor crescimento neste ano à elevação dos juros pelos bancos centrais para combater a inflação e a guerra na Ucrânia. Já a reabertura das atividades na China neste ano depois das medidas sanitárias restritivas no ano passado devem favorecer uma recuperação da atividade acima do esperado.

O FMI estima que os bancos centrais conseguirão reduzir a inflação global, de 8,8% em 2022 para 6,6% em 2023 e 4,3% para 2024, mas ainda acima da média pré-pandemia, entre 2017 e 2019, de 3,5%. Para o FMI, o balanço de riscos para a atividade ainda aponta para piora, mas melhorou em relação ao relatório de outubro. Do lado positivo, o FMI vê a possibilidade de picos de alta do consumo em várias economias ou uma queda mais rápida da inflação.

Já os riscos de baixa incluem a piora da pandemia de coronavírus na China, obrigando novos fechamentos, uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia e uma crise nas dívidas de maior risco pelos juros mais altos. Os mercados financeiros também podem sofrer uma reprecificação para baixo em resposta a notícias negativas sobre inflação e com uma piora geopolítica.

O FMI recomenda que os países adotem medidas para aliviar crises de endividamento pois, apesar da crise provocada pelo aumento do custo de vida, a prioridade deve continuar sendo o combate à inflação, com políticas monetárias mais restritivas e crescimento abaixo do potencial afetando o crédito. O fundo sugere também mais incentivos fiscais localizados, especialmente para compensar impactos em alimentação e energia, e redução dos gastos fiscais generalizados.

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