Analistas e economistas do mercado financeiro aumentaram as estimativas de inflação para este ano e para os próximos, conforme a pesquisa semanal Boletim Focus feita pelo Banco Central.
A projeção para o IPCA, referencial das metas de inflação do BC, passou de 5,48% para 5,74% para este ano e de 3,84% para 3,90% para 2024. Para 2025, a estimativa se manteve em 3,50%, mas passou de 3,47% para 3,50% para 2026. Foi a sétima semana seguida de alta da projeção para o IPCA deste ano, acompanhando uma piora das expectativas do mercado diante das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando o regime de metas de inflação e a independência do BC.
As críticas se somam às declarações desencontradas sobre responsabilidade fiscal e promessas de gastos e isenções do novo governo, que podem pressionar a inflação no médio prazo. As projeções para o juro básico Selic se mantiveram estáveis no médio prazo, em 12,50% para 2023, 9,50% em 2024 e 8,50% em 2025, mas subiram de 8,25% para 8,50% para 2026. Todas estão mais altas que há quatro semanas, antes das declarações de Lula.
Há quatro semanas, o mercado estimava a Selic em 12,25% para 2023, 9,00% em 2024, 8,50% para 2025 e 8,00% em 2026. As estimativas para o crescimento da economia tiveram pouca variação, mas mostram um desempenho discreto, abaixo de 2,0%, com a estimativa para este ano passando de 0,79% para 0,80%, mantendo-se em 1,50% para 2024, recuando de 1,90% para 1,89% para 2025 e ficando estável em 2,00% para 2026. O dólar também teve pequena oscilação para este ano, de R$ 5,28 para R$ 5,25 no fim deste ano, e manteve-se em R$ 5,30 para 2024, 2025 e 2026.
Foto: divulgação
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