As provisões que devem ser realizadas pelos bancos credores, após o pedido de recuperação judicial (RJ) da Americanas (AMER3), devem afetar os resultados das instituições financeiras referentes ao quarto trimestre do ano passado, além do primeiro trimestre deste ano.
As informações foram divulgadas em relatório da Moody’s e publicadas pelo jornal “Valor Econômico”, nesta sexta-feira (27).
De acordo com a Moody’s, não há uma regra específica sobre o nível de provisões em caso de recuperação judicial, porém os bancos devem provisionar um mínimo de 30% (podendo chegar a 50%). Dessa forma, uma parte deve aparecer no balanço do quarto trimestre e outra no primeiro trimestre de 2023.
“Com o pagamento da dívida suspenso durante a recuperação judicial, os bancos continuarão a rebaixar o rating da empresa nos próximos dois trimestres até que as obrigações superem 180 dias de atraso e a empresa finalmente seja movida para o nível de risco mais alto, ‘H’, que gera um provisionamento intregal da exposição”, informou a Moody’s.
A agência ainda destacou que a dívida pode aumentar mais ainda, se os bancos atuaram como fiadores fiadores dos fornecedores e outros credores da Americanas.
Para a Moody’s, BTG, Safra, Daycoval e Banco ABC apresentam os maiores riscos de concentração de tomadores, com a exposição à Americanas. Segundo o comunicado, BTG e ABC teriam uma perda estimada do lucro em 12 meses com Americanas de 36% e 42%, respectivamente. Na última quinta-feira (26), a Americanas realizou esclarecimentos sobre as oscilações atípicas registradas em seus papéis na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).
Sobre a movimentação observada, a Americanas esclareceu que, desde a divulgação do Fato Relevante do último dia 11 de janeiro e de seu pedido de recuperação judicial, tem tentado ao máximo deixar o mercado devidamente informado. No entanto, a companhia destacou que vem sendo alvo de especulações e rumores sobre os quais não possui qualquer controle.