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JORNAL A TARDE: O ANO DA BAHIA NO COMÉRCIO EXTERIOR – ARMANDO AVENA

Redação - 19/01/2023 07:41 - Atualizado 19/01/2023

O ano de 2022 marca uma guinada no comércio exterior da Bahia e o estado reassume sua participação nos rankings nacionais.

Em 2022, as exportações baianas foram de quase 14 bilhões de dólares, um aumento de 40% em relação a 2021 e um recorde histórico. Com isso, a Bahia voltou a ser responsável por mais de 50% de todas as vendas externas do Nordeste e voltou a participar com mais de 4% nas exportações nacionais.

As importações também bateram recorde,  superando os 11 bilhões de dólares e aqui vale lembrar que comércio tem duas vias e ambas geram riqueza, por isso importar também é bom.

Dois fatores contribuíram para esse crescimento: a retomada das exportações de derivados de petróleo e a safra recorde de grãos, pois o estado colheu 11,4 milhões de toneladas, o melhor resultado da série histórica. As exportações de soja e derivados cresceram 40%. Já a Refinaria de Mataripe deu um salto após a privatização, investindo em modernização e ampliando da produção voltada tanto para o mercado interno quanto para o externo. Assim, o valor das exportações de petróleo e derivados aumentaram mais de 200% e, se em 2021 era apenas o 3º principal produto de exportação, passou a liderar as vendas externas do estado depois de quatro anos consecutivos encabeçados pela soja e seus derivados. E isso não foi apenas reflexo do aumento dos preços internacionais das commodities – que aumentaram no início do ano mas caíram no final –, foi principalmente a alta dos volumes embarcados que registrou incremento de 25%, enquanto os preços internacionais cresceram em média 11,3%.

A Bahia tornou-se definitivamente um produtor de commodities, categoria dos 10 principais produtos exportados – Petróleo, Soja, Petroquímicos, Papel e Celulose, Algodão, Minerais, Metais Preciosos, Metalúrgicos, Café e Cacau que hoje representam 92% das nossas exportações.  A pauta de países compradores tem a  China como líder absoluto, respondendo pela aquisição de quase 24% das nossas exportações, seguida da pequena Singapura, que só compra óleo, mas já responde por 15% do total exportado. Os Estados Unidos compram 8% dos nossos produtos, seguidos de Canadá  e Argentina com cerca de 5%.  Entre os municípios, o destaque é  São Francisco do Conde, que responde por quase 30% das exportações, por causa da Refinaria de Mataripe, seguido por Luís Eduardo Magalhães (soja), Camaçari, Barreiras e Mucuri ( papel e celulose).

A verdade é que a Bahia é uma potência exportadora, está entre os 10 maiores estados exportadores do país e, enquanto Pernambuco exporta US$ 2,5 bilhões, a Bahia exporta quase seis vezes mais, cerca de US$ 14 bilhões. E mesmo o Maranhão, que tem o Porto de Itaqui como hub exportador, gera uma receita de exportações que é menos da metade da Bahia. O fato é que o comércio externo e o comércio interno tem aqui um mercado privilegiado para a economia, especialmente para a atividade portuária, e que só tende a aumentar com os projetos ferroviários ora em andamento.  

                                        HADDAD E A REFORMA TRIBUTÁRIA

Perdoem-me os pessimistas, mas até agora o Ministro da Fazenda está seguindo um caminho correto. Semana passada apresentou um pacote para reverter o déficit primário de R$ 200 bilhões previsto para 2023. As medidas são pontuais,  preveem renegociação de dívidas em litígios e cortes de despesas factíveis,  e não vão acabar com o déficit, mas tem poder para reduzi-lo à metade. É um começo. Além disso, Haddad que tem 8 meses para apresentar uma nova regra fiscal prometeu que fará isso em abril. E garantiu que a reforma tributária sai este ano, primeiro a reforma nos impostos de consumo, e depois  no imposto sobre a renda. Se forem concretizadas, a economia vai agradecer.

                              UM GRANDE MUSEU PARA SALVADOR

Quando se trata de cultura e turismo, a Bahia tem de pensar grande. E nessa linha é hora de propor ao governo federal a recuperação do antigo centro de convenções no Jardim de Armação, mas com outra finalidade. O prédio é uma obra de arte, um dos símbolos da moderna arquitetura brasileira  e tem um irmão gêmeo em Paris, o Centro Georges Pompidou que abriga um dos mais importantes museus parisienses.  O edifício do antigo centro de convenções é  um símbolo da arquitetura high tech, típica do movimento londrino Archigram. É um ícone mundial, no mesmo patamar do Museu Guggenheim Bilbao e de outros símbolos da arquitetura e deveria sediar um museu de alto nível, acoplado a um centro cultural.

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