Além de barrar os pagamentos, a FUP e a Anapetro informaram que querem nova política de dividendos da Petrobras, voltada para o crescimento de longo prazo da companhia, para o aumento de investimentos da empresa, e para interesses da sociedade brasileira, não apenas de acionistas minoritários.
“A distribuição de dividendos de tal magnitude é imoral. Serão R$ 180 bilhões de adiantamento de dividendos referentes a 2022, mais R$ 37 bilhões pagos no primeiro semestre, relativos a restos a pagar de dividendos de 2021. Ou seja, a Petrobrás vai distribuir, pelo critério caixa, R$ 207 bilhões de dividendos relativos à 2022”, friou Bacelar, em nota.
Os dividendos que serão pagos nesta quinta são referentes aos resultados do terceiro trimestre de 2022. Esta é a segunda parcela do provento, no valor total de R$ 43,7 bilhões. A primeira parcela já foi paga, em dezembro de 2022. Também em nota, o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, apontou que a gestão bolsonarista na Petrobras permitiu, “de forma absurda”, pagamentos trimestrais com saque, inclusive, na conta reserva de lucros, “o que implica redução do Patrimônio Líquido da empresa”, observou.
“A gestão bolsonarista transformou a Petrobras na maior pagadora de dividendos do mundo, superando em muito suas concorrentes no mercado do petróleo, transferindo riqueza do cidadão brasileiro para acionistas, sobretudo para acionistas privados e estrangeiros. Grande parte do lucro da empresa veio da venda de ativos e da dolarização dos derivados de petróleo, que chegam à população com altos preços”, lembrou o coordenador-geral da FUP.
Por fim, a FUP destacou que, ao abrir mão de sua capacidade de geração de caixa para distribuir a seus acionistas, a Petrobras reduz seu capital, seu patrimônio, e diminui sua possibilidade futura de investimento.