A ilha de Itaparica sofre pela falta de água num momento muito importante para o turismo da região. Segundo reportagem do Jornal Correio em Barra do Jacuípe: as casas, pousadas, restaurantes e bares estão sofrendo para funcionar devido a falta de água.
Sobre o município, a Embasa explicou que se trata de uma situação pontual. “Devido a um problema eletromecânico em um dos poços que abastecem o sistema do Canto dos Pássaros e Jordão, o fornecimento de água vem ocorrendo com oferta reduzida desde a quarta-feira (4)”, informa a empresa, em nota. Na sexta (6), np entanto, moradores ainda relatavam a falta de água.
A empresa confirmou também problemas de abastecimento em Arembepe, Jauá e Abrantes, todos distritos de Camaçari, assim como Barra do Jacuípe, ressaltando que, diferente do que os moradores dizem, em nenhum desses casos houve interrupção completa do fornecimento, mas sim uma redução na vazão.
Se nas áreas dos condomínios falta água por três dias, nos bairros mais pobres de Barra do Jacuípe a situação é muito pior. Em vez de dois ou três dias, a ausência de água supera os 10 dias. Como solução, os moradores precisam se virar para garantir o mínimo. “Os locais mais periféricos são os que mais sofrem. Na minha [casa] faltou água 10 dias, mas tem vizinho que diz que foi mais tempo na casa deles. A gente fica dependendo de comprar carro-pipa e da ajuda de quem tem poço artesiano. Falamos com a Embasa e nunca tem resposta”, reclama André Souza.
A região do Litoral Norte tem momentos de alta procura e demanda por água, mas a infraestrutura não está dimensionada para atender esses picos, analisa Ernesto Carvalho, doutor em Urbanismo e professor da Unijorge. “É uma questão de planejamento. Uma coisa é o que a infraestrutura de um distrito foi pensada e instalada e a outra é o que a procura de mercado tem levado para lá. Principalmente, em determinados momentos do ano. Não é de hoje que isso acontece. Quando há um pico de procura, a rede não dá conta”, explica Carvalho.
“Nesses casos, além do impacto no aumento da demanda, ocasionado pela população flutuante excedente dos municípios de Camaçari e Mata de São João, pode haver algum problema pontual na rede distribuidora”, acrescenta.
O professor diz ainda que toda rede é pensada a partir de um plano vetor que depende do porte do município. No verão, o consumo de água cresce entre 20% e 30%, o que cria uma situação ainda mais difícil. “O município deveria saber do problema que pode impactar até na saúde pública. É preciso reunião de planejamento para pensar como confrontar essa demanda. Não é só aumentar a rede de fornecimento e infraestrutura. É algo que vai também pela conscientização da população”.(Correio)